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Relações entre a China e Angola

A República de Angola estabeleceu relações diplomáticas com a República Popular da China em 1983, tendo o acto formal ocorrido a 12 de Janeiro desse ano.


As relações entre os dois países datam desde a pré-independência de Angola, sendo actualmente baseadas numa relação comercial emergente. Desde 2011, os angolanos são o segundo maior parceiro comercial dos chineses no continente africano, depois da África do Sul. Refira-se que o primeiro acordo comercial entre os dois países data de 1984, celebrado um ano depois do estabelecimento de relações diplomáticas.


Depois dos acordos de paz de 2002 em Angola, e tendo em vista a necessidade de apoiar a reconstrução das infra-estruturas do país, destruídas durante a guerra civil, a China colocou ao dispor de Angola linhas de crédito, através de bancos estatais, remuneradas pelo fornecimento de petróleo. Desde então, Angola tornou-se num dos principais fornecedores de petróleo da China.


Em 2022, a China comprou a maior fatia do petróleo produzido em Angola, em declínio face à produção dos anos anteriores, tendo chamado a si 54% dos 391 milhões de barris produzidos nesse ano ou uma média de 1,071 milhões de barris por dia. A receita bruta conseguida por Angola com a venda do seu petróleo ascendeu a quase 40 mil milhões de dólares, com o preço médio do barril a ter atingido 101,9 dólares americanos.


Um ano antes, em 2021, a China tinha comprado 71% do petróleo produzido em Angola, no valor de  18,2 mil milhões de dólares, segundo dados do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola. 


A Sinopec International Petroleum E&P Corporation Angola – Sucursal de Angola (“SIPC Angola”) é uma sucursal da Sinopec International Petroleum EP Corporation Angola, empresa registada nas Ilhas Caimão, e afiliada à SIPC, uma empresa inteiramente detida pelo Grupo Sinopec, detendo no país participações não operadas nos blocos 15/06, 17/06, 18, 28, 31 e 32.


Em 2021 e citando a Economist Intelligence Unit, mais de 40% da dívida bilateral do país era devida à China, grande parte dela garantida por activos petrolíferos. 


Durante a crise de 2020, Angola renegociou parte de sua dívida à China, que concedeu uma moratória do serviço da dívida para ajudar a melhorar a margem orçamental no curto prazo, segundo a mesma fonte.


Angola procura investimentos chineses em energias renováveis, agricultura, indústria transformadora, farmacêutica, turismo, assim como à fabricação de componentes eléctricos e hardware.


Como resultado das excelentes relações diplomáticas, a China tem vindo a apoiar a formação de quadros angolanos, através de bolsas de estudo, bem como na construção de infra-estruturas públicas para o Governo, incluindo escolas e hospitais.


Também as empresas privadas chinesas têm apoiado a formação de quadros. Ao abrigo de um acordo bilateral assinado em 2020 em Luanda, o grupo Huawei vai formar quadros dos serviços públicos angolanos, nas áreas de telecomunicações e tecnologias de informação.


Em 2022, as trocas comerciais sino-angolanas atingiram 27,342 milhões de dólares, um acréscimo de 16.3% face aos 23,347 milhões de dólares registados um ano antes, em 2021.


Atendendo a que a China adquire mais de metade do petróleo produzido em Angol, a balança comercial bilateral é extremamente desiquilibrada a favor de Angola. No ano em análise, por exemplo, enquanto a China importou de Angola mercadorias no valor de 23,245 milhões de dólares, as empresas angolanas importaram das suas congéneres chinesas bens no montante de 4096 milhões de dólares.