Um projecto de gerador de oxigénio para a aquacutura apresentado pela Universidade de Shenzhen, cidade adjacente a Hong Kong venceu a competição “928 Challenge”, na categoria de universidades realizada em Macau em Outubro.
O projecto de uma equipa da Universidade Eduardo Mondlane, de Moçambique, de produção de biogás a partir de desperdício em explorações avícolas, obteve o segundo lugar.
O terceiro foi atribuído à Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, cuja equipa apresentou um plano de formação no âmbito da cultura de café em Timor-Leste, sobretudo destinado a mulheres.
Na categoria das ‘startups”, a chinesa OneDrop, com uma aplicação para evitar o desperdício alimentar já em funcionamento, conquistou o primeiro lugar, seguida por mais duas ‘startups’ chinesas: Ecomel Ecological & Technology e Reconnect Environmental Institute.
Ao todo, 16 equipas finalistas, dez das quais chinesas, divididas em duas categorias, universidades e ‘startups’, disputaram a final da segunda edição desta competição sino-lusófona.
Na cerimónia de atribuição de prémios foi transmitida, em vídeo, uma mensagem do secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa português. Mário Campolargo sublinhou a existência de uma herança comum entre Macau e o bloco lusófono que “é preciso explorar mais”.
“Esta segunda edição confirmou o interesse enorme à volta do conceito de plataforma” não só pelos 1250 participantes e 256 equipas, como também pela “qualidade dos projectos apresentados”, disseram os dois cofundadores e coordenadores do “928 Challenge” José Alves e Marco Rizzolio, ambos da Universidade Cidade de Macau (CityU).
Para José Alves, também director da Faculdade de Gestão da CityU, esta iniciativa permite a transferência de tecnologias chinesas para os Países de Língua Portuguesa, em infraestruturas, energia, telecomunicações, agricultura, pescas ou alimentação, muito necessárias nestes países, e “muitas das quais existem em Macau, em empresas que se podem organizar e fazer essas transferências”.
Os primeiros lugares receberam um prémio de 20 mil patacas ( USD 2.480), os segundos de 10 mil (USD 1.240) e os terceiros cinco mil (USD 620).
A edição de 2021 foi ganha pela Universidade do Porto que propôs uma vacina ProBio para a aquacultura classificando-se em segundo lugar a Universidade Lusófona da Guiné-Bissau.
Os responsáveis pela competição vão apostar na edição de 2023 numa maior divulgação na Área da Grande Baía e no bloco lusófono.
A competição vai passar a denominar-se 929: nove cidades da Grande Baía, duas regiões administrativas especiais chinesas (Macau e Hong Kong) e nove países lusófonos, depois da adesão da Guiné Equatorial ao Fórum Macau.
Em 2003, a China estabeleceu Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau) que actualmente integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
A Área da Grande Baía é um projecto do governo central da China que visa criar uma metrópole a partir das regiões administrativas especiais de Macau e de Hong Kong, e nove cidades da província de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing), com cerca de 70 milhões de habitantes e um produto interno bruto (PIB) a rondar os USD 2 mil milhões.
O “928 Challenge” tem a organização conjunta do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau) e de várias universidades de Macau e da Área da Grande Baía e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.