Portugal tem 17 locais e bens considerados pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade
1983 Angra do Heroísmo
Situado na Terceira, uma das nove ilhas do arquipélago dos Açores, Angra do Heroísmo foi um porto de paragem obrigatória desde o século XV até ao advento da navegação a vapor no séc. XIX. As fortalezas de São Sebastião e de São João Baptista são exemplares únicos da arquitectura militar da época.
1983 Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém
Localizado à entrada do porto de Lisboa, o Mosteiro dos Jerónimos – cuja construção teve início em 1502 – é um exemplo da arte portuguesa no seu melhor. A Torre de Belém, construída num local próximo para comemorar a expedição do navegador Vasco da Gama, é uma homenagem às grandes explorações marítimas que estão na base do mundo moderno.
1983 Mosteiro da Batalha
O Mosteiro de Santa Maria Vitória, ou da Batalha, antigo mosteiro dominicano, foi construído para comemorar a vitória dos portugueses frente aos castelhanos na Batalha de Aljubarrota, em 1385. A construção deste mosteiro, em estilo gótico, tem no Claustro Real a sua obra-prima.
1983 Convento de Cristo
Concebido originalmente para ser símbolo da Reconquista, o Convento dos Templários de Tomar (transferido em 1344 para a Ordem de Cristo) acabou por vir a simbolizar precisamente o oposto durante o período manuelino: a abertura de Portugal a outras civilizações.
1986 Centro Histórico de Évora
A cidade-museu, cujas raízes remontam à presença dos Romanos na Península Ibérica, atingiu o apogeu no século XV, quando passou a ser a residência dos reis portugueses. A sua característica singular assenta nas casas com fachadas caiadas a branco decoradas com azulejos e varandas em ferro forjado, desde o séc. XVI até ao séc. XVIII. Os monumentos desta cidade tiveram uma influência profunda na arquitecura do Brasil.
1989 Mosteiro de Alcobaça
O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça foi mandado construir no séc. XII pelo Rei Afonso I. A dimensão, a pureza do estilo arquitectónico, a beleza dos materiais usados e o cuidado colocado na construção fazem do mosteiro uma obra-prima da arte gótica cisterciense (da Ordem de Cister ou de São Bernardo).
1995 Paisagem Cultural de Sintra
Sintra passou a ser o primeiro Centro da arquitectura romântica da Europa no século XIX. Dom Fernando II, rei-consorte, mandou transformar um Mosteiro em ruínas num castelo, onde esta nova sensibilidade se manifestou na utilização de elementos góticos, egípcios, mouriscos e renascentistas e na criação de um parque que mistura espécies de árvores locais e exóticas. Outras belas habitações, construídas nos mesmos moldes na serra circundante, criaram uma combinação única de parques e jardins que influenciaram o desenvolvimento da arquitectura paisagística em toda a Europa.
1996 Centro Histórico do Porto, Ponte Luís I e Mosteiro da Serra do Pilar
A cidade do Porto, construída nas encostas sobranceiras à foz do Rio Douro, é uma paisagem urbana excepcional com 2000 anos de história. O crescimento contínuo, ligado ao mar (os romanos deram-lhe o nome de Portus, ou porto), manifesta-se nos muitos e variados monumentos, desde a catedral com o coro românico, à neo-clássica Bolsa de Valores e ao tipicamente português estilo manuelino visível na Igreja de Santa Clara.
1998, 2010 Arte pré-histórica rupestre no Côa e Siega Verde
Os dois locais pré-históricos de arte rupestre no Vale do Côa (Portugal) e Siega Verde (Espanha) situam-se nas margens dos rios Águeda e Côa, afluentes do rio Douro, documentando a ocupação humana contínua desde os finais do Paleolítico. Centenas de painéis com milhares de figuras de animais (5000 em Foz Côa e cerca de 440 em Siega Verde) foram esculpidos ao longo de vários milénios, representando o mais notável conjunto de arte paleolítica ao ar livre da Península Ibérica.
O Vale do Côa e Siega Verde são os que melhor ilustram os temas iconográficos e a organização da arte rupestre paleolítica, utilizando os mesmos modos de expressão em gruta e ao ar livre, contribuindo assim para uma maior compreensão deste fenómeno artístico.
1999 Floresta Laurissilva na Madeira
A Floresta Laurissilva é o nome da floresta indígena da Madeira, constituída predominantemente por árvores e arbustos de folhagem persistente, com folhas verde-escuras e planas. Já existia aquando da chegada dos navegadores portugueses e é considerada uma relíquia do Terciário. Contém um conjunto único de plantas e animais, incluindo muitas espécies endémicas.
2001 Centro Histórico de Guimarães
A histórica cidade de Guimarães está associada ao aparecimento da identidade nacional portuguesa no século XII. Um exemplo autêntico e excepcionalmente bem preservado demonstra a evolução de um burgo medieval para uma cidade moderna. A rica tipologia de construção exemplifica o desenvolvimento específico da arquitectura portuguesa entre os séculos XV e XIX, através do uso consistente de materiais e técnicas de construção tradicionais.
2001 Alto Douro Vinhateiro
O vinho é produzido na região do Alto Douro há cerca de dois milénios. Desde o século XVIII, o principal produto, o vinho do Porto, é mundialmente conhecido pela qualidade. Esta longa tradição vitivinícola produziu uma paisagem cultural de grande beleza que reflecte a sua evolução tecnológica, social e económica.
2004 Paisagem da Vinha da Ilha do Pico
A paisagem da cultura da vinha da ilha do Pico ocupa uma área de 987 hectares. É composta por uma faixa de território que abrange parcialmente as costas Norte e Sul e a costa Oeste da ilha, tendo como referência emblemática dois sítios: o Lajido da Criação Velha e o Lajido de Santa Luzia, implantados em extensos campos de lava caracterizados por uma extrema riqueza e beleza natural e paisagística.
Estes sítios foram classificados por constituírem excelentes representações da arquitectura tradicional ligada à cultura da vinha, do desenho da paisagem e dos elementos naturais. Este bem consiste numa rede de longos muros de pedra, espaçados entre si, que correm paralelos à costa e penetram em direcção ao interior da ilha. Estes muros foram erguidos para proteger as videiras do vento e da água do mar.
2012 Elvas e Fortificações
O local, amplamente fortificado entre os séculos XVII e XIX, representa o maior sistema de valas secas abaluartadas do mundo. No interior das muralhas, a cidade contém quartéis e outros edifícios militares, bem como igrejas e mosteiros. Embora Elvas contenha vestígios que datam do
séc. X, a fortificação começou quando Portugal recuperou a independência em 1640.
As fortificações projectadas pelo padre jesuíta holandês Cosmander representam o melhor exemplo sobrevivente da escola holandesa de fortificações. O local também contém o aqueduto da Amoreira, construído para permitir que a fortaleza resistisse a longos cercos.
2013 Universidade de Coimbra
A Universidade de Coimbra, situada numa colina sobranceira à cidade, cresceu e evoluiu ao longo de mais de sete séculos no seio da cidade velha. Edifícios universitários notáveis incluem a Sé de Santa Cruz do séc. XII e vários colégios do séc. XVI, o Palácio Real da Alcáçova, que alberga a Universidade desde 1537, a Biblioteca Joanina com a rica decoração barroca, o Jardim Botânico do séc. XVIII e a Imprensa da Universidade, bem como a grande “Cidade Universitária” criada durante a década de 1940.
Os edifícios da Universidade tornaram-se uma referência no desenvolvimento de outras instituições de ensino superior no mundo lusófono, onde também exerceu uma grande influência no ensino e na literatura.
2019 Santuário do Bom Jesus do Monte em Braga
Situado nas encostas do Monte Espinho, sobranceira à cidade de Braga, no norte de Portugal, este santuário evoca a Jerusalém cristã, recriando um monte sagrado coroado por uma igreja. O santuário foi desenvolvido ao longo de mais de 600 anos, principalmente em estilo barroco, e ilustra uma tradição europeia de criação de Sacri Monti (montanhas sagradas), promovida pela Igreja Católica no Concílio de Trento no século XVI, em reacção à Reforma Protestante.
O conjunto do Bom Jesus centra-se numa Via Crucis que sobe a encosta poente do monte. Inclui um conjunto de capelas que albergam esculturas que evocam a Paixão de Cristo, assim como fontes, esculturas alegóricas e jardins formais. A Via Crucis culmina na igreja, construída entre 1784 e 1811. A célebre Escadaria dos Cinco Sentidos, com as suas paredes, degraus, fontes, estátuas e outros elementos ornamentais, é a obra barroca mais emblemática da propriedade.
2019 Real Edifício de Mafra - Palácio, Basílica, Convento, Jardim do Cerco, Tapada
A propriedade foi concebida pelo Rei João V em 1711 como uma representação tangível da sua concepção da monarquia e do Estado. O imponente edifício quadrangular alberga os paços do Rei e da Rainha, a capela real, em forma de basílica barroca romana, um mosteiro franciscano e uma biblioteca com 36 mil volumes. Completam o conjunto o jardim do Cerco, de traçado geométrico, e o parque de caça real (Tapada).
O Edifício Real de Mafra, que ilustra o poder e o alcance do Império Português, é uma das obras mais notáveis do reinado de Dom João V.
Portugal candidatou igualmente 21 bens e locais a Património Mundial da Humanidade:
Aqueduto das Águas Livres
Caminhos Portugueses de Peregrinação a Santiago de Compostela
Centro Histórico de Guimarães e Zona de Couros (extensão)
Complexo Industrial Romano de Salga e Conserva de Peixe em Tróia
Conjunto de Obras Arquitectónicas de Álvaro Siza em Portugal
Costa Sudoeste
Deserto dos Carmelitas Descalços e Conjunto Edificado do Palace-Hotel no Bussaco
Dorsal Médio-Atlântica
Edifício-sede e Parque da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa
Fortalezas Abaluartadas da Raia
Ilhas Selvagens
Levadas da Madeira
Lisboa Pombalina
Lisboa Histórica, Cidade Global
Lugares de Globalização
Mértola
Montado, Paisagem Cultural
Rota de Magalhães. Primeira à volta do Mundo
Vila Viçosa, Vila ducal renascentista