O Conselheiro de Estado e Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, disse no final de um encontro com o Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, que visitou Timor-Leste para ouvir as necessidades do país, promover a colaboração bilateral e ajudar a acelerar o desenvolvimento e elevar a vida do povo.

“A China é a segunda maior economia do mundo e membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas e é um país em desenvolvimento que está sempre ao lado dos outros países em desenvolvimento,” disse Wang Yi, acrescentando que “a China quer desenvolver relações amigáveis com todos os países, não apenas no Pacífico. Fomos a África, à América Latina e ao Médio Oriente também.”

José Ramos-Horta e Wang Yi expressaram num encontro em Díli, no início de Junho, a disposição de ambos em fortalecer a cooperação regional e salvaguardar o multilateralismo.

Durante a reunião na capital de Timor-Leste, Ramos-Horta disse que o seu país apoia plenamente a iniciativa “Faixa e Rota” e outras grandes iniciativas propostas pela China.

“O desenvolvimento da China beneficia muito Timor-Leste e é de grande importância para a região e para o mundo”, disse Ramos-Horta, que agradeceu ao governo e ao povo da China o apoio nos últimos anos e recordou que o seu país aderiu à política de “Uma só China” desde o estabelecimento de relações diplomáticas. “Timor-Leste está cheio de confiança e expectativa para o futuro das relações bilaterais”, disse o presidente.

Por sua vez, Wang Yi expressou o apreço a Ramos-Horta por assinar o comunicado conjunto sobre o estabelecimento de laços diplomáticos com a China no dia da independência em 2002, quando ele era Ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste. 

Nos últimos 20 anos, disse Wang Yi, a China e Timor-Leste trataram-se como iguais, entenderam-se e apoiaram-se mutuamente. Timor-Leste tornou-se um importante parceiro da iniciativa “Faixa e Rota” e a China tem desempenhado um papel positivo no desenvolvimento sócio-económico de Timor-Leste, na construção de infraestruturas e na melhoria da vida das populações.

“Imediatamente após o surto da Covid-19, a China enviou suprimentos médicos para Timor-Leste para ajudar na luta contra a pandemia. Equipas médicas chinesas ajudaram mais de 300 mil pessoas no país. A China também participou activamente na missão de paz das Nações Unidas em Timor-Leste,” lembrou Wang Yi.

“As empresas da China continuarão a ser incentivadas a investirem e iniciarem negócios em Timor-Leste, contribuindo para o seu desenvolvimento e revitalização,” acrescentou Wang.

Wang Yi pediu esforços para promover a construção conjunta da iniciativa “Faixa e Rota” e iniciar novos projectos de referência e disse que a China está disposta a apoiar Timor-Leste na melhoria da sua capacidade de desenvolvimento, na aceleração da sua modernização agrícola e industrialização e na realização de um desenvolvimento diversificado.

“As empresas da China continuarão a ser incentivadas a investirem e iniciarem negócios em Timor-Leste, contribuindo para o seu desenvolvimento e revitalização,” acrescentou Wang Yi.

Os dois responsáveis também chegaram a um consenso sobre o fortalecimento da cooperação regional. Wang disse que a China apoia Timor-Leste a desempenhar um papel activo nos assuntos regionais e internacionais e espera ver a sua entrada imediata na Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), com Ramos-Horta a agradecer o apoio da China, bem como a esperança de que o desejo há muito acalentado se torne realidade o mais cedo possível.

A agência Xinhua reportou que os dois países prometeram ainda defender e salvaguardar o multilateralismo. Wang Yi disse que a China espera que Timor-Leste participe na Iniciativa de Desenvolvimento Global proposta pela China e na Iniciativa de Segurança Global, ambas com amplo apoio.

Ramos-Horta afirmou por seu turno que “Timor-Leste mantém sempre os seus princípios, apesar de ser uma pequena nação, que defende a resolução pacífica das diferenças através do diálogo e consulta, bem como a unidade em resposta aos desafios enfrentados pela paz e segurança internacionais.

O chefe de Estado timorense disse ter pedido a Wang Yi para que, no quadro da reunião do G-20, se discuta o perdão ou a reestruturação da dívida dos países em desenvolvimento.

Wang Yi deslocou-se a Timor-Leste no final de um périplo por alguns países do sul do Oceano Pacífico, entre os quais as Ilhas Salomão, Kiribati, Samoa, Fiji, Tonga, Vanuatu e Papua-Nova Guiné.