Uma delegação do Fórum de Macau, chefiada pelo Secretário-Geral, Ji Xianzheng visitou, em Junho, Portugal, Brasil e Angola, onde manteve contactos e reuniões de trabalho para dar a conhecer as oportunidades proporcionadas pela diversificação da economia de Macau, pela construção da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e da Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau, em Hengqin.
A missão teve igualmente por objectivo promover uma maior cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa em áreas como tecnologia e inovação, finanças modernas, indústria da saúde, economia azul, cultura e desporto.
Nos encontros com os responsáveis de Portugal, Angola e Brasil foi abordada a realização de próxima Conferência Ministerial do Fórum de Macau a ter lugar em Macau, tendo todos os intervenientes dos Países de Língua Portuguesa reafirmado o seu apoio à cimeira e o seu interesse em participar.
Portugal
Em Portugal, a delegação do Fórum de Macau reuniu com entidades oficiais do Governo português, nomeadamente, do Ministério da Economia e do Mar do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).
A missão de Macau manteve igualmente encontros com o Embaixador da República Popular da China em Portugal, Zhao Bentang, e com responsáveis da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa (CCILC) e da Câmara de Comércio Portugal-China PME, além de ter visitado o Centro de Excelência para a Inovação da Indústria Automóvel (CEiiA) e o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CiiMar), ambos no norte de Portugal.
Brasil
Depois de Portugal, a missão seguiu para o Brasil, onde manteve encontros com o Embaixador da República Popular da China na República Federativa do Brasil, Zhu Qingqiao, a Cônsul-Geral da China no Rio de Janeiro, e responsáveis do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e do Secretário da Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores.
A delegação visitou ainda várias instituições brasileiras, entre as quais, a Fundação Biblioteca Nacional do Brasil, a Escola de Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getúlio Vargas, e a Incubadora Gênesis da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Durante o encontro no MDCI, o Secretário-Executivo, Márcio Elias Rosa, reconheceu o papel do Fórum de Macau, manifestando a disponibilidade da parte brasileira em aproveitar o Fórum de Macau e a plataforma de Macau para promover ainda mais a cooperação e o investimento entre China e Brasil, nomeadamente nos domínios da inovação tecnológica, da economia digital, do empreendedorismo juvenil e do desenvolvimento de pequenas e médias empresas.
No Ministério das Relações Exteriores brasileiro, o Embaixador Eduardo Saboia, responsável pelas questões da Ásia e Pacífico, reafirmou que o Brasil presta grande atenção e apoio ao Fórum de Macau e à construção de Macau enquanto plataforma, reafirmando o interesse de Brasília em participar nas actividades do Fórum de Macau.
O diplomata deu ainda a conhecer as políticas brasileiras nos sectores de novas energias, produção de maquinaria agrícola, e outros, manifestando interesse em reforçar o intercâmbio e a cooperação com a parte chinesa nesses sectores.
Na Escola de Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, as duas partes trocaram ideias sobre o reforço do intercâmbio institucional, o aproveitamento do Fórum de Macau e da plataforma de Macau para realizar seminários, colóquios, exposições e promover a cooperação sino-brasileira nas áreas da economia digital e do comércio cultural.
Durante a visita à Incubadora Gênesis da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, a delegação de Macau debateu com representantes de “start-ups” a possibilidade de reforçar o intercâmbio empresarial através da plataforma de Macau e a realização de acções de cooperação entre as “start-ups” brasileiras e as empresas do Interior da China e de Macau.
O Fórum de Macau convidou empresários brasileiros das “start-ups” e estudantes das instituições de ensino superior para participarem na Competição 929, que congrega “start-ups” e estudantes universitários da China e dos Países de Língua Portuguesa.
Antes de partir, a delegação esteve igualmente com responsáveis da Fundação Biblioteca Nacional do Brasil, tendo sido abordada a possibilidade de promover e realizar projectos de cooperação cultural entre Brasil e Macau, nomeadamente ao nível de intercâmbio de obras literárias.
Angola
Em Angola e na última etapa desta deslocação aos três países de Língua Portuguesa, que se prolongou por cerca de duas semanas, o Secretário-Geral, Ji Xianzheng, referiu que o Fórum de Macau irá incentivar a cooperação entre China e Angola em várias áreas, apoiando, deste modo, o processo de industrialização e de diversificação económica no país africano.
Durante a visita, a delegação de Macau reuniu-se com o Ministro das Relações Exteriores, Embaixador Téte António, que assegurou que Angola irá continuar a contribuir para o reforço da cooperação com a China nas mais diversas áreas, nomeadamente, na economia azul, no empreendedorismo juvenil e no apoio ao desenvolvimento das PME, aproveitando o Fórum de Macau e a plataforma de Macau.
O Ministro angolano considerou ainda que, desde a sua criação, o Fórum de Macau tem-se tornado num elemento complementar relevante na cooperação bilateral entre a China e os Países de Língua Portuguesa.
A missão manteve ainda um encontro com o Embaixador da China em Angola, Gong Tao, e com o Secretário de Estado para o Comércio do Ministério da Indústria e Comércio angolano, Amadeu Leitão
Nunes que lembrou que Angola está num processo de diversificação da economia, atraindo mais investimento estrangeiro e reduzindo a dependência excessiva das exportações de petróleo.
Leitão Nunes aproveitou o encontro para dar a conhecer às empresas da China que se desejarem investir em Angola são sempre bem-vindas e lembrou que Luanda irá continuar a cooperar activamente com a China e os PLP.
A delegação do Fórum de Macau aproveitou a sua presença na capital angolana para visitar igualmente o Parque Tecnológico da Huawei Angola, recentemente inaugurado e o Novo Complexo Urbano da Marginal da Corimba, em Luanda, um projecto da responsabilidade da China Road & Bridge Corporation.