Numa altura em que o Brasil atravessa um período de ajustamento económico, o país sul-americano necessita do apoio da China, defendeu o académico chinês Xie Wenze.
“O Brasil precisa do apoio e da participação da China nas áreas das finanças, energia, transportes, agricultura e clima, num altura em que o Brasil está bastante dependente do financiamento externo, que representa 5 por cento do [seu] PIB [produto interno bruto]”, afirmou o investigador do Instituto da América Latina da Academia Chinesa de Ciências Sociais em declarações à agência oficial chinesa de notícias Xinhua.
“O Brasil necessita, portanto, do desenvolvimento económico contínuo da China e da estabilização do valor do yuan, de modo a que [a China] possa apoiar eficazmente o Brasil através da concessão de empréstimos”, referiu ainda o académico.
Xie Wenze acrescentou que os dois países devem reforçar a cooperação industrial, inclusive através da definição de políticas estratégicas e de padrões técnicos.
As declarações do investigador surgiram depois de o banco central do Brasil ter alertado para a possibilidade de a economia do país vir a registar em 2015 uma contracção superior ao anteriormente previsto.
Segundo noticiou a agência de notícias AFP, a nova projecção – anunciada pelo organismo na quinta-feira – indica que a economia brasileira deverá contrair 2,7 por cento em 2015, o que representa um agravamento em relação à estimativa avançada em Junho e que apontava para uma contracção de 1,1 por cento.