Portugal está “no radar” dos investidores chineses e a relação económica entre os dois países atravessa “o momento mais alto de sempre”, defendeu o antigo Delegado da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) em Xangai, Filipe Santos Costa.
Em entrevista à agência portuguesa de notícias Lusa, o ex-dirigente da delegação de Xangai recordou que, quando se candidatou ao cargo no final de 2010, não imaginou que a China se iria transformar num dos principais parceiros económicos de Portugal.
Filipe Santos Costa disse acreditar que a actual relação entre os dois países é fruto da internacionalização alcançada pelas empresas chinesas – e encorajada pelo Governo Central da China –, mas resulta também da “capacidade de atracção da economia portuguesa e do trabalho” das instituições de Portugal.
Filipe Santos Costa – que vai abrir a delegação da AICEP em São Francisco, na Califórnia – mostrou-se também convicto de que ainda “há muitas oportunidades” para as empresas portuguesas na China, numa altura em que se assiste a uma “rápida progressão dos rendimentos e dos hábitos de consumo” no país asiático.
“É aqui, e na Ásia em geral, que temos grandes aumentos de rendimentos, grandes taxas de urbanização e um crescente acesso das populações ao consumo”, sublinhou, citado pela Lusa.
A 1 de Julho, o lugar de Filipe Santos Costa como Delegado da AICEP em Xangai passou a ser ocupado pelo economista Pedro Aires de Abreu.
De acordo com a Lusa, nos últimos três anos, as exportações portuguesas para a China mais do que duplicaram, ultrapassando os US$1,6 mil milhões em 2014. Por outro lado, desde que a empresa chinesa China Three Gorges adquiriu 21,35 por cento da eléctrica portuguesa EDP – Energias de Portugal, em Dezembro de 2011, o volume de capital chinês investido em Portugal atingiu já os cerca de 10 mil milhões de euros (US$11 mil milhões).