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Turismo de Cabo Verde regressa em força
Tempo de liberação:2023-02-21
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País insular fortemente dependente do Turismo, a atrair centenas de milhares de visitantes de países europeus às suas praias, Cabo Verde foi duramente atingido pela pandemia. Entre 2020 e 2021, os vôos normalmente cheios de turistas passaram a estar vazios ou mesmo a ser cancelados. Os muito procurados hotéis de Praia ficaram vazios e milhares de Cabo-verdianos sem emprego e rendimento. Mas o ano de 2022 trouxe a recuperação pela qual todos ansiavam.


O ano passado foi “muito bom” para a procura turística no arquipélago, segundo afirmou, em Novembro, o Ministro dos Transportes e do Turismo cabo-verdiano, Carlos Santos. De acordo com as contas do governo, o número de turistas a chegar ao arquipélago nos 10 primeiros meses do ano passado atingiu 80% do registado no período homólogo de 2019, antes da pandemia. “Isto significa que vamos ter um ano muito bom e 2023 também vai ser um ano de uma retoma que não vai ter retorno”, acrescentou. Em 2019, o arquipélago registou um recorde de 819 mil turistas e o peso do sector chegou a 25% do Produto Interno Bruto (PIB).


Mas a procura caiu mais de 60% em 2020, devido às restrições impostas para conter a pandemia de Covid-19. De Março a Outubro de 2020, o arquipélago suspendeu as ligações aéreas internacionais para conter a transmissão da pandemia, deixando os hotéis e restaurantes das ilhas Cabo-verdianas sem turistas estrangeiros. As receitas com a taxa sobre o turismo caíram para metade de 2020 para 2021, para mínimos de 145 milhões de Escudos (1,3 milhões de Euros), segundo um relatório anterior do Ministério das Finanças. Tratou-se de uma quebra de 51% face aos 296,6 milhões de Escudos (2,6 milhões de Euros) em 2020 - receita essencialmente obtida no primeiro trimestre.


Em 2020, a economia Cabo-verdiana registou uma recessão histórica, quando o PIB, devido à quase completa ausência de turismo, recuou 14,8%. Impulsionado por alguma retoma no sector do turismo no último trimestre de 2021, o PIB do arquipélago iniciou uma recuperação e cresceu 7% no ano de 2021. A tendência acentuou-se em 2022.


Se a descida foi rápida, a recuperação foi vertiginosa. A economia Cabo-verdiana cresceu 17,2% no primeiro semestre de 2022, impulsionada essencialmente pela actividade ligada ao turismo, como alojamento e restauração, que disparou mais de 1.000%, em termos homólogos. De acordo com o Relatório detalhado das Contas Nacionais Trimestrais, o Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde, do Instituto Nacional de Estatística, só o sector do alojamento e restauração, que tinha caído 88,9% no mesmo período de 2021 (face a 2020), cresceu, em termos homólogos, 1.112,6%, de Janeiro a Junho de 2022.


O PIB gerado pelo comércio, com uma subida homóloga de 39,1%, e o dos transportes, com um aumento de 15,8%, também se destacaram no primeiro semestre do ano passado. Desde o segundo trimestre de 2021 que a economia Cabo-verdiana está em terreno positivo (+30,6%) e desde o terceiro trimestre do mesmo ano (+10,1%) que cresce consecutivamente em todos os trimestres, com a retoma da procura turística pelo arquipélago.


As perspectivas para 2023 são positivas. Os aeroportos Cabo-verdianos registaram no passado mês de Novembro, um movimento de 213 mil passageiros, mais 62% face ao mesmo período de 2021, de acordo com as estatísticas da Agência de Aviação Civil (AAC). Segundo o Ministro do Turismo e dos Transportes, Carlos Santos, o país recebeu até Novembro de 2022, cerca de 650 mil turistas, aproximando-se do recorde de 2019. “O registo de transportes de passageiros em 2022 já augura uma recuperação sustentada, que deverá ter continuidade em 2023”, apontou o Ministro.