O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou, no final de Agosto, uma nova tranche de mais 2,15 milhões de dólares para a Guiné-Bissau, depois de uma segunda avaliação positiva ao programa de ajuda financeira ao país africano.
A decisão do conselho executivo do FMI permite a entrega imediata de mais uma tranche ao abrigo do Acordo de Facilidade de Crédito Alargado, em vigor desde Janeiro, com um prazo de 36 meses e num financiamento total de 36 milhões de dólares.
A nova tranche eleva o valor já entregue à Guiné-Bissau para 9,46 milhões de dólares e destina-se a “ajudar a satisfazer as necessidades de financiamento fiscal e da balança de pagamentos do país, o aumento substancial do custo de vida, que está a afectar especialmente a população mais vulnerável, e os impactos persistentes da pandemia”, de explicou, em comunicado, o FMI.
O organismo internacional dá conta de que a economia guineense “cresceu 4,2%, em 2022 e deverá recuperar moderadamente para 4,5%, em 2023, enquanto a inflação deverá permanecer elevada”.
O FMI concluiu que as autoridades locais “estão a tomar medidas para fazer face aos choques externos e continuam empenhadas em políticas e reformas fortes”.
O FMI observou que o crescimento da economia guineense “tem sido afectado negativamente pelas baixas exportações de caju e pelos choques externos adversos que estão a pesar no ambiente socioeconómico” do país.
No relatório da segunda avaliação, constatou que “a execução orçamental enfrenta pressões” com o défice orçamental global a manter-se em 5,9% do produto interno bruto (PIB), em 2022.
O FMI recomendou que “a mobilização de receitas e a contenção de despesas continuam a ser fundamentais para evitar riscos para a sustentabilidade da dívida e o acesso ao financiamento externo”.
O director adjunto e presidente interino do FMI, Kenji Okamura, disse que o governo guineense “tomou medidas correctivas para abordar as metas não cumpridas, incluindo o reforço dos controlos das despesas, a venda de licenças 5G e a racionalização das despesas fiscais para cumprir as metas para o final de 2023”.
Em Junho, a Guiné-Bissau recebeu igualmente 90 milhões de dólares em recursos financeiros, no quadro de cooperação com a ONU, num valor que quase duplicou os 48 milhões de dólares recebidos em 2022.