A agência de notação financeira Standard & Poor’s (S&P’s) reviu em baixa a sua perspectiva da classificação do Brasil de “estável” para “negativa”. Na origem da decisão estão os desafios económicos e políticos enfrentados pelo país.
Num comunicado emitido na terça-feira – e citado pelo jornal financeiro The Wall Street Journal –, a agência anunciou ainda que a classificação do país se mantém no nível “BBB-”, o valor mais baixo nesta escala relativa ao investimento.
Citada pelo The Wall Street Journal, Lisa Schineller, uma das principais analistas da S&P’s para o Brasil, afirmou que os riscos no país sul-americano “tendem para o lado negativo” desde Março.
A especialista acrescentou que existe uma “probabilidade superior a 1 em cada 3” de que os esforços iniciais para resolver os problemas económicos do país possam sair intactos, dada a actual situação política, com o parlamento brasileiro a mostrar-se relutante em dar luz verde às medidas de cortes nas despesas e de aumentos dos impostos propostas pelo Governo.
Num inquérito realizado recentemente pelo banco central do Brasil, os analistas indicaram para este ano uma previsão de contracção da economia brasileira de 1,8 por cento – o que representaria o pior desempenho em 25 anos, segundo a agência de notícias Bloomberg. Por outro lado, a moeda brasileira, o real, registou desde o início do ano uma quebra de 21 por cento contra o dólar americano.
Numa declaração emitida após o corte da perspectiva sobre a classificação do Brasil, o Ministro das Finanças do país afirmou que “o processo de reequilíbrio” da economia “está a seguir o curso devido e dentro de alguns meses trará novas condições de competitividade à economia brasileira”.