A China pretende “participar activamente” no mais recente plano de desenvolvimento de infra-estruturas anunciado pelo Governo brasileiro no mês passado, avaliado em 198,4 mil milhões de reais (US$64,1 mil milhões).
A intenção foi revelada pelo Embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, num artigo de opinião publicado na semana passada pelo jornal brasileiro Correio Braziliense.
“A China tem largas capacidades em termos de infra-estruturas, com muitas empresas experientes a trabalhar e a gerir projectos deste âmbito no estrangeiro há muitos anos”, escreveu Li Jinzhang.
“A China está disposta a participar activamente no plano brasileiro de investimento em infra-estruturas, disponibilizando produtos e serviços de alta qualidade, promovendo a troca de experiências com o Brasil e ajudando, assim, o Brasil a reduzir os custos associados aos projectos, por forma a melhorar a sua rede de infra-estruturas”, acrescentou o diplomata.
O Brasil anunciou no mês passado a intenção de mobilizar 198,4 mil milhões de reais em investimentos privados, entre 2015 e 2018, para modernizar aeroportos, auto-estradas, portos marítimos e caminhos-de-ferro. Incluído no plano está o projecto de construção de uma ligação ferroviária entre o Brasil e o Peru, para o qual a China já se comprometeu a contribuir.
Li Jinzhang revelou também que os dois países estão a preparar a criação de uma comissão especial para a cooperação bilateral na área da capacidade de produção, bem como uma lista de projectos de colaboração nos sectores da logística, energia, minas, indústria e de processamento de produtos agrícolas.
O embaixador sublinhou ainda que a cooperação sino-brasileira na área da capacidade de produção pode incluir “a participação de quaisquer países terceiros”. A iniciativa, acrescentou, “não só trará benefícios mútuos à China e ao Brasil, mas poderá também beneficiar outras nações do mundo”.
Na semana passada, o Vice Primeiro-Ministro chinês Wang Yang visitou Brasília. No âmbito da visita oficial, os dois países acordaram lançar um fundo de US$20 mil milhões para reforçar a cooperação na área da capacidade de produção.