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Cooperação sino-lusófona ganha novo fulgor
Tempo de liberação:2024-07-06
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Cooperação sino-lusófona ganha novo fulgor

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A ambição é comum e o caminho é para ser trilhado em conjunto. Este foi o compromisso assumido durante a 6.ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau. No encontro, a China anunciou um conjunto de 20 medidas para aprofundar o nível das relações económicas e comerciais com os países lusófonos


A Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) acolheu, entre 21 e 23 de Abril, a 6.ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau) – também conhecido como Fórum de Macau –, de onde saiu a vontade comum de aprofundar as relações sino-lusófonas.


A Conferência Ministerial foi organizada pelo Ministério do Comércio do Governo Popular Central da República Popular da China e realizada pelo Governo da RAEM com a colaboração do Secretariado Permanente do Fórum de Macau.


O sucesso da iniciativa ficou patente nos discursos dos vários governantes, nos quais se destacou o empenho das partes na concretização dos planos de acção anteriores e o compromisso no reforço da cooperação mutuamente benéfica, aproveitando plenamente não só as vantagens únicas de Macau, mas também o papel desempenhado pelo Fórum de Macau. Foi igualmente enaltecido o apoio da China no combate à pandemia da COVID-19 e nos esforços de recuperação económica no período pós-pandémico.


Esta edição da Conferência Ministerial foi a primeira que contou com representantes governamentais e empresariais de São Tomé e Príncipe e da Guiné Equatorial. Foi também a primeira vez que o evento teve lugar no Complexo da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, que entrou em funcionamento em 2019.


Na cerimónia de abertura da 6.ª Conferência Ministerial, no dia 22 de Abril, Li Hongzhong, membro do Politburo do Comité Central do Partido Comunista da China e Vice-Presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN), afirmou que a China quer aprofundar o nível de cooperação com os Países de Língua Portuguesa, procurando construir uma economia mundial mais aberta e inclusiva.


Maior abrangência


Nesse sentido, o dirigente anunciou um conjunto de 20 medidas em seis áreas que visam injectar um novo ímpeto nas relações entre as partes, sublinhando que a China está disposta a trabalhar com os países lusófonos “em prol de uma cooperação maior, mais ampla e de nível mais elevado”.


Recordando que o fluxo comercial entre a China e os países lusófonos aumentou cerca de 20 vezes desde a criação do Fórum de Macau, em 2003, Li Hongzhong salientou que a China é actualmente um dos parceiros económicos e comerciais mais importantes dos Países de Língua Portuguesa.


No ano passado, o valor das trocas comerciais entre a China e os Países de Língua Portuguesa fixou-se em 220,9 mil milhões de dólares americanos, um crescimento de 3 por cento em relação ao ano anterior.


Segundo Li Hongzhong, a cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa tem potencial para continuar a crescer à medida que é alargada a mais áreas de interesse comum.


A cooperação entre as partes vai desde as áreas económica e comercial até a sectores como a educação, a cultura, a saúde, o desporto, o turismo, entre outras. Há agora mais áreas para aprofundar a colaboração, nomeadamente no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável, indústrias verdes, economia azul e concertação de esforços para fazer face às mudanças climáticas.


No seu discurso, o Vice-Presidente do Comité Permanente da APN lembrou que a cooperação sino-lusófona é um “paradigma de cooperação amistosa entre países de diferentes sistemas sociais, culturas e fases de desenvolvimento”, promovendo “uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade”.


Li Hongzhong frisou também que as medidas apresentadas pelo Governo da China na anterior Conferência Ministerial “foram todas implementadas” e anunciou, então, um rol de novas iniciativas para aprofundar a cooperação.


Novas oportunidades


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No seu discurso, o dirigente chinês elencou uma série de medidas em seis áreas de cooperação no âmbito do Fórum de Macau, nomeadamente: promoção da cooperação comercial e de investimento; expansão da cooperação industrial; reforço da colaboração para o desenvolvimento comum; maior aposta em termos de formação de recursos humanos; reforço do intercâmbio na área médica e de saúde; e aprofundamento do papel de Macau enquanto plataforma sino-lusófona.


No plano comercial, Li Hongzhong disse que as autoridades chinesas estão dispostas a apoiar a participação das empresas dos países lusófonos nas grandes exposições na China, como a Exposição Internacional de Importação da China, a Feira de Importação e Exportação da China, a Feira Internacional de Comércio de Serviços da China e a Exposição Económica e Comercial China–Países de Língua Portuguesa (Macau).


“Vamos oferecer seguros de crédito à exportação para apoiar a cooperação entre as empresas chinesas e dos Países de Língua Portuguesa”, frisou o dirigente. Estes créditos à exportação serão oferecidos aos “projectos pertinentes” atribuídos às empresas chinesas nos sectores da infra-estrutura, energia e electricidade, construção naval e transportes, agricultura e manufactura, entre outros.


Serão também concedidos apoios ao financiamento para ajudar empresas chinesas a expandir a importação de produtos lusófonos, bem como implementadas medidas de facilitação em termos de inspecção e quarentena para os produtos alimentares e agrícolas importados dos Países de Língua Portuguesa, adiantou o mesmo responsável. Ainda no domínio comercial, a China pretende elaborar um manual de comércio e investimento sino-lusófono.


No que toca ao reforço da cooperação e desenvolvimento, a China pretende oferecer, dentro das capacidades, apoios aos países lusófonos interessados em elaborar planos de desenvolvimento económico, coordenando os recursos de assistência ao desenvolvimento. “Realizaremos cooperação na agricultura, saúde, cultura, transporte e infra-estrutura e implementaremos projectos”, realçou Li Hongzhong, destacando que o objectivo é que os projectos vão ao encontro das “necessidades dos Países de Língua Portuguesa da Ásia e de África”.


O responsável adiantou ainda que o Governo chinês está disponível para implementar um conjunto de projectos “pequenos, mas inteligentes” em prol do bem-estar da população dos países participantes no Fórum de Macau.


Mais indústria e recursos humanos


Em termos industriais, a intenção é ajudar os Países de Língua Portuguesa com necessidades a elevar o nível do desenvolvimento agrícola e estabelecer ou modernizar centros de demonstração de cooperação agrícola, de forma a aperfeiçoar a produção, transformação e armazenamento de produtos agrícolas, sublinhou Li Hongzhong. Serão também “realizados projectos de investigação científica e criados laboratórios conjuntos”, disse o mesmo responsável, acrescentando que a China procurará estabelecer acordos de transporte aéreo com mais Países de Língua Portuguesa “para estreitar o intercâmbio” entre as pessoas.


Na área da formação de recursos humanos, Li Hongzhong revelou que serão disponibilizadas três mil vagas de formação aos Países de Língua Portuguesa, que serão direccionadas para áreas relacionadas com “governação e administração, redução da pobreza, interconectividade, gestão ecológica e do meio ambiente e desenvolvimento verde, entre outros domínios”. A China irá também fornecer bolsas de estudo governamentais aos estudantes dos países lusófonos para estudar no Interior da China, afirmou o responsável.


Também a RAEM terá um papel a desempenhar neste âmbito, sendo encorajada a conceder bolsas de estudo a jovens dos países lusófonos para estudar em Macau. A China irá também encorajar o Governo da RAEM a convidar pessoas dos Países de Língua Portuguesa “para realizarem formação e estágios nos domínios do turismo, serviços médicos e saúde no território”, salientou Li Hongzhong.


A formação será reforçada em especial no campo da saúde, com o Vice-Presidente do Comité Central da APN a revelar que a China vai “realizar projectos de saúde de curto prazo e formar profissionais de medicina tradicional” nos países lusófonos, bem como “criar centros de medicina tradicional chineses nos Países de Língua Portuguesa onde as condições o permitam”. A China, adiantou, está disposta a enviar aos países lusófonos equipas médicas com um total de 300 pessoas.


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Ponte sino-lusófona


No contexto das relações multilaterais, a RAEM deverá assumir um papel de maior destaque, contribuindo para aprofundar a cooperação entre os países-membros do Fórum de Macau.


“Vamos apoiar Macau a criar a plataforma de serviços financeiros entre a China e os Países de Língua Portuguesa e desenvolver um mercado internacional de títulos com precificação e liquidação em renminbis e patacas”, destacou Li Hongzhong.


Também será facultado apoio à RAEM para “construir uma plataforma de cooperação científica e tecnológica” entre os países participantes no Fórum de Macau. Nesse sentido, adiantou, serão apoiados projectos da China e dos Países de Língua Portuguesa “que reúnam condições para ser implementados prioritariamente na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”.


“Vamos apoiar a criação, em Macau, de um mecanismo de cooperação audiovisual e a realização de cooperação em múltiplos sectores”, avançou o dirigente chinês, enumerando “projectos de diálogo de políticas, co-produção, intercâmbio de programas, cooperação técnica e formação de quadros”. 


Uma plataforma de sucessos


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O Fórum de Macau é um “mecanismo de cooperação eficiente” que tem contribuído para os “resultados encorajadores” alcançados pela cooperação económica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, afirmou o Chefe do Executivo da RAEM, Ho Iat Seng.


A discursar num jantar oferecido às delegações que participaram na 6.ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau, e que contou com cerca de 850 convidados, o governante salientou que o sucesso atingido desde a criação do organismo, em 2003, se ficou a dever ao “forte apoio e promoção incessante” do Governo Central, do Ministério do Comércio da República Popular da China, dos Países de Língua Portuguesa e dos sucessivos responsáveis do Secretariado Permanente do Fórum de Macau.


O facto de Macau ser a sede permanente da instituição “valida plenamente o forte apoio e confiança do Governo Central em Macau e também o reconhecimento e afirmação comum” dos países lusófonos sobre o papel que a RAEM desempenha como plataforma de cooperação sino-lusófona, afirmou Ho Iat Seng.


O Governo da RAEM, afirmou o Chefe do Executivo, “manter-se-á fiel” à sua missão de “implementar rigorosamente as directrizes emanadas nas ‘Duas Sessões’ da Assembleia Popular Nacional e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês”, “desenvolvendo plenamente as suas vantagens” no âmbito do princípio “Um país, dois sistemas” e apoiando o País na “expansão da abertura de alta qualidade ao exterior”.


A realização da 6.ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau permite reforçar ainda mais as funções de Macau enquanto plataforma sino-lusófona, participando activamente na implementação da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e promovendo o desenvolvimento do projecto da Grande Baía Guangdong–Hong Kong–Macau e da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, sublinhou Ho Iat Seng.


Ao discursar na mesma ocasião, o Ministro do Comércio da China, Wang Wentao, indicou que os representantes dos países-membros do Fórum de Macau se reuniram no território “para reforçar a amizade e discutir a cooperação” mutuamente benéfica.


Wang Wentao salientou que a China e os países lusófonos aderiram a um “espírito de parceria que valoriza a harmonia na diversidade e a solidariedade em comunhão de esforços”, tendo alcançado “resultados significativos” ao longo de mais de duas décadas, “em prol do desenvolvimento económico dos países participantes do Fórum de Macau”.


O Ministro do Comércio frisou ainda que a RAEM tem “tirado bom proveito” das vantagens institucionais do princípio “Um país, dois sistemas”, promovendo “de forma muito activa o intercâmbio e a cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa em diversos domínios”.


Sublinhando que o desenvolvimento da China “oferecerá uma vasta gama de oportunidades” aos países lusófonos, Wang Wentao disse que o Governo Central está “disposto a trabalhar junto dos Países de Língua Portuguesa para promover parcerias e responder aos desafios”.


O mesmo responsável afirmou que o Governo Central irá continuar a apoiar Macau no “desenvolvimento do seu papel como plataforma sino-lusófona”, com o objectivo de aprofundar o “intercâmbio e a cooperação junto dos países e regiões participantes de forma a concretizar a prosperidade e estabilidade de todos, a longo prazo”.


Mais de duas décadas de sucessos

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Os países participantes no Fórum de Macau reuniram-se para a 6.ª Conferência Ministerial e não pouparam elogios aos resultados até agora alcançados. A China é um parceiro indispensável e o organismo está a viver o melhor momento da sua história, defenderam


A evolução das relações bilaterais entre a China e os Países de Língua Portuguesa é notável e o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau), adiante designada por Fórum de Macau, tem sido o seu principal catalisador. Esta foi a principal ideia defendida pelos representantes dos países lusófonos que discursaram na cerimónia de abertura da 6.ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau, que teve lugar no dia 22 de Abril, na Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).


Após um interregno de oito anos, devido às restrições pandémicas, os representantes de alto nível e delegações de empresários dos países lusófonos e da China voltaram a marcar encontro em Macau para participar na Conferência Ministerial.


Durante a cerimónia de abertura, os representantes dos países participantes não pouparam elogios aos resultados alcançados pelo Fórum de Macau ao longo dos 21 anos de existência, bem como ao papel da RAEM enquanto plataforma sino-lusófona. Nos seus discursos, os responsáveis dos nove Países de Língua Portuguesa aplaudiram os frutos do Fórum de Macau e salientaram a importância das relações bilaterais com a China.


Parcerias estratégicas


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O Ministro da Indústria e Comércio da República de Angola, Rui Miguêns de Oliveira, felicitou a China e a RAEM pela “abnegação, espírito de missão e dedicação à causa do Fórum de Macau”, uma semente lançada em 2003 que “ganhou raízes sólidas cujos frutos são visíveis”. 


As excelentes relações bilaterais com a República Popular da China, sustentou o mesmo responsável, tendo servido “de fonte inspiradora do processo de reconstrução nacional após a conquista da paz efectiva de Angola em 2002”. Desde então, a China tornou-se no maior parceiro comercial de Angola, bem como “a fonte principal do investimento directo e parceiro principal na construção de infra-estruturas, notáveis em estradas e pontes, barragens hidroeléctricas, urbanizações habitacionais, escolas, hospitais, caminhos-de-ferro, portos e aeroportos”, acrescentou.


O Secretário Executivo do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte da República Federativa do Brasil, Francisco Tadeu Barbosa de Alencar, lembrou que o seu país e a China celebram, em 2024, os 50 anos do estabelecimento das relações diplomáticas, tendo desenvolvido, ao longo dos anos, “uma importante parceria estratégica”.


O dirigente salientou que a China, além de ser o “principal destino” para as exportações brasileiras, foi também o maior fornecedor dos bens importados pelo Brasil em 2023, o que evidencia a relevância do comércio bilateral e o potencial a ser explorado entre os países que compõem o Fórum de Macau. O organismo é um “importante mecanismo plurilateral”, disse.


“O Brasil compartilha o objectivo de promover o desenvolvimento económico e comercial a partir da cooperação e acredita nos esforços que o Fórum de Macau tem feito para se buscar consensos e resultados tangíveis e mensuráveis”, defendeu.


Melhor momento da história


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Para o Vice-Primeiro-Ministro, Ministro das Finanças e do Fomento Empresarial e Ministro da Economia Digital da República de Cabo Verde, Olavo Correia, as relações entre a China e os Países de Língua Portuguesa, após a criação do Fórum de Macau há mais de 20 anos, “estão no melhor momento da sua história”. Olavo Correia afirmou que a China é um parceiro estratégico e de extrema importância para Cabo Verde.


Uma opinião partilhada pela Vice-Ministra da Indústria e Comércio da República de Moçambique, Ludovina Bernardo, é que “desde a sua criação em 2003, o Fórum de Macau logrou alcançar progressos assinaláveis e encorajadores na prossecução dos seus objectivos que se consubstanciam no crescimento do comércio e investimentos entre a China e os Países de Língua Portuguesa, mas também no intercâmbio cultural, tendo Macau como a plataforma ideal”.


Para Ludovina Bernardo, o Fórum de Macau tem conseguido promover a interligação económica, bem como aprofundado a cooperação noutras áreas, como a saúde, a educação e a gastronomia, “sempre em busca de uma abordagem de desenvolvimento integrado e inclusivo, atento às dinâmicas, realidades e aos desafios”.


O Ministro da Economia da República Portuguesa, Pedro Reis, reconheceu o “papel crucial” desempenhado por Macau como “ponte” entre todos os países participantes no Fórum de Macau, “e como instrumento útil na construção de uma agenda multilateral de interesses partilhados, centrada no diálogo, na cooperação e no trabalho conjunto”. Pedro Reis sublinhou ainda o “valor estratégico” do Fórum de Macau enquanto mecanismo de cooperação multilateral, lembrando que os países-membros têm “economias diversas, mas com grande complementaridade geográfica e diversidade de recursos”.


Iniciativa sem precedentes


A 6.ª Conferência Ministerial foi marcada pela participação, pela primeira vez, de representantes governamentais e empresariais de São Tomé e Príncipe e da Guiné Equatorial. No seu discurso na abertura do evento, o Vice-Ministro do Comércio, Indústria e Promoção Empresarial da República da Guiné Equatorial, Jerónimo Carlos Osa Osa Nzang, afirmou que apesar de ter sido o último país a aderir ao Fórum de Macau, a Guiné Equatorial “aprecia e vê com bons olhos o percurso que tem o Fórum de Macau desde a sua criação em particular e a do Governo da China em geral”.


“A República da Guiné Equatorial considera que o Fórum de Macau constitui uma iniciativa sem precedentes por parte da irmã República Popular da China, que permite consolidar ainda mais os laços de amizade e cooperação que a unem ao grupo lusófono em geral e, em particular, à República da Guiné Equatorial”, destacou.


O dirigente afirmou que a China é actualmente o principal parceiro do seu país em termos de cooperação em vários domínios. Entre as várias acções de cooperação realizadas ao longo de mais de 50 anos de relações, o governante realçou a construção de infra-estruturas modernas, o financiamento, a formação de recursos humanos e o investimento no sector industrial como alguns dos passos mais importantes.


Também o Vice-Presidente da Assembleia Nacional da República Democrática de São Tomé e Príncipe, Abnildo do Nascimento D’Oliveira, sublinhou a importância que o Fórum de Macau representa para o desenvolvimento do seu país. “A China tem sido um parceiro estratégico no processo de desenvolvimento económico e social do nosso país, contribuindo significativamente para diversos sectores”, afirmou.


Para o mesmo responsável, o Fórum de Macau desempenha “um papel crucial como mecanismo complementar da cooperação bilateral” entre a China e São Tomé e Príncipe. “Esta plataforma facilita o intercâmbio de conhecimento, tecnologia e investimento entre os Países de Língua Portuguesa e a China, promovendo uma maior integração económica e comercial. Através desta cooperação multilateral, fortalecemos os laços de amizade e solidariedade entre nossas nações”, salientou.


O Ministro da Economia, Plano e Integração Regional da República da Guiné-Bissau, Soares Sambú, aplaudiu a “dinâmica que tem marcado a evolução do Fórum de Macau desde a sua criação”. Para o Ministro, a realização da 6.ª Conferência Ministerial constituiu “mais um passo significativo em prol da consolidação dos mecanismos de cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa nos domínios económico e comercial”.


O Ministro afirmou que a Conferência Ministerial abre “perspectivas multiformes e audaciosas” que devem ser aproveitadas por todos os parceiros do Fórum de Macau. “Há que tirar o máximo proveito das vantagens” oferecidas neste espaço de cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa.


Uma posição também defendida pelo Vice-Primeiro-Ministro, Ministro Coordenador dos Assuntos Económicos e Ministro do Turismo e Ambiente da República Democrática de Timor-Leste, Francisco Kalbuadi Lay, para quem o Fórum de Macau “representa uma plataforma vital para fortalecer as relações económicas, culturais e políticas entre os Países de Língua Portuguesa e a China”.


“Se agarrarmos esta oportunidade e trabalharmos em conjunto de forma construtiva, podemos criar uma parceria mutuamente benéfica que impulsione o desenvolvimento económico e promova a prosperidade em toda a região”, defendeu o governante. 


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Em busca da nova era de cooperação

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Foram anos de progresso e vários sucessos, mas há espaço e vontade para fazer mais e melhor, defenderam os representantes dos países lusófonos na abertura da 6.ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau.


Todos foram unânimes: a evolução das relações bilaterais é notável, mas ainda há espaço para expansão, traçando uma “nova visão” e caminhando rumo a uma “nova era”.


Os dirigentes acreditam que é preciso ultrapassar os desafios futuros e fortalecer ainda mais o posicionamento do Fórum de Macau para que este continue a desempenhar um papel relevante e efectivo na promoção da cooperação entre a China e os países lusófonos.


 “Ao longo dos anos, temos vindo a testemunhar os frutos da cooperação e diálogo promovidos pelo Fórum de Macau, resultando em benefícios tangíveis para as partes envolvidas. Porém, face aos actuais desafios e às futuras oportunidades, é imperativo fortalecer ainda mais a construção do Fórum de Macau, assegurando que este continue a desempenhar um papel relevante e efectivo na promoção da cooperação multilateral”, afirmou o Vice-Primeiro-Ministro, Ministro Coordenador dos Assuntos Económicos e Ministro do Turismo e Ambiente da República Democrática de Timor-Leste, Francisco Kalbuadi Lay.


Também o Secretário Executivo do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte da República Federativa do Brasil, Francisco Tadeu Barbosa de Alencar, realçou que os Países de Língua Portuguesa “precisam buscar as vantagens disponíveis e possíveis para fomentar os intercâmbios e o desenvolvimento do ambiente empreendedor” entre todas as partes.


Durante o seu discurso, o dirigente identificou as áreas que merecem especial atenção e um “apoio assertivo” dos países participantes no Fórum de Macau, especialmente para que se fomente a ampliação e a diversificação do comércio, a maior participação das pequenas empresas no mundo digital e nas cadeias globais de valor, contribuindo para a inovação tecnológica, o emprego, o crescimento económico e a redução da pobreza, bem como a promoção do artesanato. “É necessário promover a melhoria do processo de elaboração de políticas públicas e de acções mais sustentáveis para a construção de um futuro mais verde, inclusivo e resiliente”, concluiu.


Criar um mundo digital


O Vice-Primeiro-Ministro, Ministro das Finanças e do Fomento Empresarial e Ministro da Economia Digital da República de Cabo Verde, Olavo Correia, identificou as áreas que considera fundamentais para o investimento futuro, sendo uma delas a transição digital. “Queremos com a China vencer o desafio da transição digital, edificando um Centro de Inteligência Artificial, baseado nas tecnologias blockchain e cloud, 100 por cento renovável, para garantirmos serviços públicos digitais e a aceleração da diversificação da economia”, afirmou o responsável.


A digitalização também foi referida pela Vice-Ministra da Indústria e Comércio da República de Moçambique. Ludovina Bernardo focou-se também no aumento do investimento no sector das energias renováveis, à semelhança do Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.


O sector da economia azul foi uma área que mereceu especial destaque nos discursos dos representantes de Cabo Verde e Timor-Leste.


“Queremos com a China investir na economia azul, nomeadamente nas infra-estruturas de pesca, de reparação e construção navais e estudar a viabilidade de um porto de águas profundas” em Cabo Verde, argumentou Olavo Correia.


Já Kalbuadi Lay afirmou que o Governo timorense irá dar “ênfase às práticas de gestão costeira sustentável”, com o objectivo de “reforçar o desenvolvimento da economia azul e, ao mesmo tempo, aumentar a resiliência das comunidades costeiras aos impactos das alterações climáticas”.


O governante apontou ainda a necessidade de continuar a desenvolver a rede de infra-estruturas no país. “Os projectos de infra-estruturas desempenharão um papel fundamental no reforço da conectividade e na facilitação do comércio, contribuindo para o desenvolvimento socioeconómico de Timor-Leste e da região em geral”, constatou.


Uma ideia também partilhada pela representante de Moçambique. A dirigente moçambicana acrescentou que os países-membros do Fórum de Macau devem empenhar-se em promover a implementação de infra-estruturas económicas e sociais básicas.


Preparados para o comércio


O comércio e a atracção do investimento privado continua a ser uma grande aposta de Angola. “O Governo angolano criou condições que hoje configuram um ambiente de negócios bastante facilitado, de forma a apoiar o empresariado e atrair o investimento estrangeiro, com reformas e medidas económicas que simplificam os processos administrativos e burocráticos e a circulação de pessoas, bem como a alteração da legislação sobre o investimento estrangeiro, com pacotes de incentivos e benefícios atractivos aos investidores”, afirmou no seu discurso o Ministro da Indústria e Comércio da República de Angola, Rui Miguêns de Oliveira.


O governante convidou os restantes países a participar na 15.ª edição do Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, que terá lugar em Luanda, de 24 a 26 de Julho do corrente ano.


São Tomé e Príncipe comprometeu-se em continuar a fortalecer o ambiente de negócios no país, promovendo a transparência e a boa governança, e procurando atrair mais investimento estrangeiro directo para impulsionar a economia nacional. O Vice-Presidente da Assembleia Nacional da República Democrática de São Tomé e Príncipe, Abnildo do Nascimento D’Oliveira, defendeu que o investimento em sectores-chave como o turismo sustentável, a agricultura e as energias renováveis, pode abrir novas perspectivas de crescimento e desenvolvimento para o país.


No seu discurso, o Ministro da Economia da República Portuguesa alertou que, para os próximos anos, o principal desafio do Fórum de Macau será a crescente consolidação do valor acrescentado e da sua marca distintiva. Com isso em vista, Pedro Reis sugeriu uma “reflexão conjunta sobre os mecanismos de financiamento existentes, com natural destaque para o Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa. O Ministro português acredita que existe “margem para que esse instrumento financeiro intensifique o apoio ao tecido empresarial dos países participantes no Fórum de Macau, caracterizado por um forte predomínio de pequenas e médias empresas”.


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Formação de talentos


Moçambique, afirmou a Vice-Ministra Ludovina Bernardo, pretende aumentar e diversificar as exportações com a marca “Made in Mozambique” para os mercados dos Países de Língua Portuguesa e da China, potenciando deste modo o crescimento das micro, pequenas e médias empresas do país, bem como a transferência de tecnologias e as parcerias em termos de negócios e investimentos. A dirigente revelou que Moçambique quer aumentar o investimento nos sectores da agricultura, indústria, energias renováveis, saúde e educação, “com ênfase na formação técnico-profissional virada para o auto-emprego, sobretudo, no meio rural, semi-urbano e urbano”.


A área dos recursos humanos e formação profissional também foi abordada pelos representantes de São Tomé e Príncipe e Cabo Verde. São Tomé e Príncipe pretende diversificar as fontes de receita através da cooperação com os países envolvidos no Fórum de Macau para promover a capacitação e formação de recursos humanos. Por sua vez, Olavo Correia afirmou que Cabo Verde quer montar um “competente programa” de desenvolvimento de “talentos cabo-verdianos” em cooperação com a China.


A aposta no sector agrícola, da auto-suficiência e da segurança alimentar foram temas abordados por Timor-Leste, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe. “Através da promoção da inovação agrícola e de iniciativas de capacitação, procuramos alcançar a auto-suficiência alimentar em Timor-Leste, garantindo a segurança alimentar dos nossos cidadãos”, afirmou o representante timorense.  


Redução da pobreza


A redução da pobreza foi uma preocupação expressa pelos representantes de vários países africanos, nomeadamente Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau e Guiné Equatorial. O Ministro da Economia, Plano e Integração Regional da República da Guiné-Bissau afirmou que é através do investimento do sector privado que o país espera reduzir a pobreza. “A estratégia de desenvolvimento da Guiné-Bissau assenta num princípio fundamental: o sector privado deve ser o grande impulsionador do desenvolvimento económico e social, proporcionando condições para o crescimento, redução da pobreza e a prosperidade partilhada”, afirmou Soares Sambú.


Por seu turno, o Vice-Ministro de Comércio, Indústria e Promoção Empresarial da República da Guiné Equatorial, Jerónimo Carlos Osa Osa Nzang, salientou que o principal objectivo é “fazer da Guiné Equatorial um país emergente”.


“Este objectivo está alinhado com os objectivos prosseguidos pela iniciativa do Fórum de Macau em geral, e, nomeadamente, com o Plano de Acção de Cooperação Económica e Comercial, em particular, já que, em grande medida, reúne os sectores de interesse para o desenvolvimento e a diversificação económica da República da Guiné Equatorial, o que motiva e certifica bastante o nosso Governo a continuar com a cooperação em prol desta iniciativa do Fórum de Macau”, defendeu o governante.


Timor-Leste também está empenhado em melhorar as condições de vida da população através de intervenções direccionadas no que toca aos cuidados de saúde, educação e programas de bem-estar social. O desenvolvimento do sector da saúde também foi um objectivo partilhado por Cabo Verde e Moçambique, que esperam ver resultados no âmbito do trabalho do Fórum de Macau.


A 6.ª Conferência Ministerial culminou com a assinatura do “Plano de Acção para a Cooperação Económica e Comercial (2024-2027)”, que define as directrizes da cooperação sino-lusófona no próximo triénio.


“É imperativo acelerarmos a implementação das medidas delineadas no novo Plano de Acção 2024-2027, visando fortalecer a construção da plataforma de Macau e elevar o nível de cooperação entre a China e os países membros, para que o mecanismo possa, efectivamente, responder aos objectivos propostos”, avançou o representante de Cabo Verde.


Para a Ministra moçambicana, o novo Plano de Acção desafia os países a olhar para a cooperação “de modo a responder às novas dinâmicas mundiais, exigindo a participação de todos na sua implementação”.


Também o Vice-Presidente da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe enfatizou que, “apesar dos avanços obtidos”, os países-membros do Fórum de Macau ainda enfrentam “desafios significativos em termos económicos e comerciais”.


“A economia global está em constante evolução, e as incertezas e turbulências dos mercados internacionais têm afectado sobremaneira o nosso progresso de desenvolvimento”, referiu Abnildo Nascimento D’Oliveira. “Por conseguinte, é fundamental que estejamos preparados para enfrentar esses desafios, adoptando medidas proactivas e inovadoras para garantir o crescimento sustentável da nossa economia e o desenvolvimento de nosso país”, acrescentou.


A Guiné Equatorial, sublinhou o Vice-Ministro do Comércio, “acolhe positivamente a visão comprometedora do Fórum de Macau”, esperando que as oportunidades e os benefícios proporcionados pelo organismo “cheguem a todos os seus parceiros e de forma equitativa”. 


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Um plano para a sustentabilidade

A 6.ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau culminou com a assinatura do Plano de Acção para o próximo triénio. Economia azul, conservação ambiental e economia digital abrem portas ao aprofundar da cooperação


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O Plano de Acção para a Cooperação Económica e Comercial (2024-2027) traça novos objectivos e alarga as áreas de cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa. O documento, assinado no dia 22 de Abril, marcou o culminar da 6.ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau).


O plano para o próximo triénio prevê a aposta em novas áreas além das tradicionais, com especial destaque para o desenvolvimento sustentável, assente em conceitos como a economia azul e as indústrias verdes.


Durante a Conferência Ministerial, os representantes dos países participantes no Fórum de Macau elogiaram a “implementação abrangente e efectiva” dos cinco Planos de Acção anteriormente adoptados, reconhecendo que, ao longo dos 21 anos do Fórum de Macau, a cooperação entre as partes obteve “resultados notáveis”, sobretudo nos domínios do comércio e investimento, promoção da cultura e formação de recursos humanos.


Segundo o Secretário-Geral do Secretariado Permanente do Fórum de Macau, Ji Xianzheng, o mais recente Plano de Acção “procura promover a passos firmes a cooperação nas áreas tradicionais” e “encoraja o potencial da cooperação em novos” domínios, como “desenvolvimento sustentável e cooperação científica e tecnológica”.


No seu discurso, Ji Xianzheng lembrou que o projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e a construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin estão a ser “vigorosamente” promovidos entre os países participantes no Fórum de Macau. A estratégia, adiantou, irá ajudar a “consolidar o posicionamento de Macau enquanto plataforma” sino-lusófona nos vários domínios da cooperação.


Era digital


O Plano de Acção até 2027 introduz o domínio da economia digital no âmbito das relações entre a China e os países lusófonos, encorajando o uso intensivo de tecnologias digitais para alavancar o desenvolvimento e modernização.


Neste âmbito, os representantes acordaram em apoiar o “reforço da cooperação entre os países participantes interessados nos domínios da inteligência artificial, serviços ‘over-the-top’, Big Data, computação em nuvem e Internet das Coisas”. O objectivo é promover a “transformação digital do comércio e do investimento tendo em conta os respectivos enquadramentos nacionais”, traça o documento.


Os países-membros do Fórum de Macau acordaram igualmente em incentivar o desenvolvimento de projectos de cooperação na área da inovação tecnológica, tais como ampliação da digitalização, com foco nos serviços públicos, serviços financeiros e sector da saúde, “criando novas oportunidades de negócios e novas modalidades de desenvolvimento integrado digitalizado”.


Nos próximos anos deverá haver também uma maior aposta no comércio electrónico e logística, mediante partilha de experiências, desenvolvimento conjunto de projectos de investigação e inovação, formação e capacitação de recursos humanos e apoio ao intercâmbio e cooperação entre as empresas.


No que toca à aposta digital, será estabelecido um “Pavilhão Virtual dos Produtos de Macau e dos Países de Língua Portuguesa” nas principais plataformas de comércio electrónico da China, com o objectivo de promover a exportação dos produtos lusófonos para o mercado chinês.


Ainda no que toca ao sector tecnológico, as partes acordaram em “promover a investigação conjunta e o intercâmbio entre os países participantes neles interessados”, nomeadamente nos domínios de “investigação do espaço, do mar, materiais, computação avançada”, bem como impulsionar a construção de laboratórios conjuntos.


Será dado apoio à Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) no desenvolvimento do seu papel enquanto ponte para o intercâmbio e cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa, nos domínios da inovação, empreendedorismo e cooperação científica e tecnológica, avança o documento.


Economia azul, sector verde


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O desenvolvimento sustentável é uma tarefa que merece cada vez mais atenção, reconhece o mais recente Plano de Acção. Tendo em consideração a “Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, aprovada pelas Nações Unidas, ficou assente o compromisso entre os países participantes no Fórum de Macau de “partilhar boas práticas e experiências bem-sucedidas no desenvolvimento sustentável”.


As partes acordaram também em promover a partilha de informações ambientais nos seus países e “fomentar a cooperação industrial e tecnológica no sector ambiental”.


Os representantes assumiram a necessidade de encorajar o desenvolvimento do comércio, investimento, construção e operação de projectos no domínio da energia, bem como na “criação de facilidades ao financiamento” para a transição energética, de forma a explorar modelos ecológicos e sustentáveis, sobretudo no que toca à transição energética.


Colaborar para dar resposta às mudanças climáticas surge também como uma prioridade, em particular, no apoio aos pequenos estados insulares e outros países em desenvolvimento que fazem parte do Fórum de Macau. Nesse sentido, deverão ser desenvolvidos projectos de cooperação em áreas como energias limpas e o sector da emissão de baixo carbono, salienta o Plano de Acção.


Ainda na dimensão da sustentabilidade, foi acordada a necessidade de promover parcerias relacionadas com a economia azul entre a China e os Países de Língua Portuguesa, “por forma a estudar e elaborar planos sectoriais e a desenvolver projectos de cooperação sustentável em economia azul”.


Os representantes delinearam como prioridades o “reforço da cooperação e intercâmbio de conhecimento na aquicultura costeira”, a aposta nos “recursos renováveis do mar”, a conservação e o uso sustentável de recursos marinhos, o ordenamento do espaço marítimo e a “protecção da orla costeira e observação do oceano”.


Comércio e investimento


Para além de procurar novas oportunidades, os países-membros do Fórum de Macau comprometeram-se a aprofundar as relações nos campos tradicionais. Tendo em conta a situação actual da economia mundial, foi reiterada a necessidade de implementar mais medidas efectivas para impulsionar a cooperação comercial, “aumentando progressivamente a importância e a qualidade das trocas comerciais”.


O intercâmbio e cooperação em áreas como inspecção e quarentena, normalização, certificação, acreditação, metrologia, inspecção sanitária e fitossanitária e direitos de propriedade intelectual, continuará a ser reforçado. Será também dado apoio para que todas as partes explorem novos modelos de desenvolvimento no comércio de bens e serviços, bem como na importação e exportação de tecnologias.


De acordo com o mais recente Plano de Acção, a China afirmou a sua disponibilidade em “promover a ligação de estratégias, planos e indústrias junto dos países participantes”, por forma a “melhorarem o ambiente de negócios, aprofundarem o investimento mútuo, fortalecerem a cooperação nas indústrias prioritárias e projectos estruturantes, fomentando a circulação, conexão e resiliência das cadeias industriais e de abastecimento”.


O “Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, realizado de forma rotativa nos países lusófonos, bem como a “Exposição Económica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa” e outras actividades realizadas em Macau, continuarão a ter um papel importante no reforço e dinamismo do intercâmbio e cooperação, reconheceram os representantes dos países participantes do Fórum de Macau.


Deste modo, os governos e empresas de cada país serão encorajados a usar o mecanismo multilateral do Fórum de Macau, tirando também partido do papel de Macau enquanto plataforma sino-lusófona, para facilitar a participação nas convenções e exposições e outras iniciativas realizadas no Interior da China, na RAEM e nos Países de Língua Portuguesa.


Será ampliado o raio de acção do “Grupo de Trabalho da Cooperação da Capacidade Produtiva do Fórum de Macau”, que passa agora a “Grupo de Trabalho da Cooperação de Investimento do Fórum de Macau”.


Foi igualmente realçada a importância das Pequenas e Médias Empresas (PMEs) para o desenvolvimento económico dos países participantes, com todas as partes a concordarem em ampliar o papel do Fórum de Macau e a organizarem um maior número de actividades de intercâmbio para as PMEs. Neste âmbito, a


RAEM será um palco preferencial para desenvolver a cooperação em matéria de incubação, parceria e promoção de start-ups dos países lusófonos, reforçando a capacitação das PMEs e apoiando-as a entrar no mercado chinês.


Promoção do turismo, cultura


Os sectores do turismo e da cultura têm vindo a ganhar relevância no âmbito da cooperação sino-lusófona. Segundo o Plano de Acção para o próximo triénio, a China acordou em encorajar os Países de Língua Portuguesa a tornarem-se destinos para grupos de turistas chineses. Ficou também patente a vontade em promover a celebração de acordos de serviços aéreos entre os países participantes e incentivar as transportadoras a estabelecerem voos directos de acordo com a procura nos respectivos mercados.


Os países-membros irão igualmente estudar a possibilidade de realizar actividades de intercâmbio institucional nas áreas do turismo e cultura no quadro do Fórum de Macau. Nesse sentido, será incentivada a criação de centros culturais, numa base de reciprocidade, nos países participantes do organismo, bem como intensificada a cooperação institucional e o intercâmbio e formação de quadros qualificados.


Será prestado apoio à RAEM na realização de fóruns, semanas culturais e exposições artísticas, entre outras actividades culturais da China e dos países lusófonos, bem como na organização de actividades de intercâmbio das culturas lusófonas no Interior da China e, em particular, nas cidades integrantes da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.


Ficou também decidida a realização de um “Encontro sobre a Indústria Audiovisual e Comércio entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, com o propósito de reforçar a cooperação nos aspectos de comunicação de políticas, intercâmbio de pessoas, transmissão recíproca de programas, projectos de co-produção e formação de quadros qualificados.


Finanças, indústrias primárias


Os países lusófonos acordaram – se houver interesse comum – em incentivar um maior uso do renminbi no comércio bilateral, com a China a mostrar-se disponível para permitir investimentos externos no seu mercado financeiro. Foi também revelada a intenção de negociar a diversificação de alternativas e a livre escolha de sistemas de pagamentos transfronteiriços, de forma a promover o uso de moedas locais no comércio bilateral e no investimento.


O documento salienta também que os representantes dos Países de Língua Portuguesa recomendaram que fosse aperfeiçoado o desempenho do papel do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa, relativamente à flexibilização dos critérios de acesso e o reajuste dos seus critérios de investimento.


A cooperação nos domínios da agricultura, pecuária e pesca também não foi esquecida, com as partes a acordarem a necessidade de adaptar a produção agrícola às mudanças climáticas.


Os membros do Fórum de Macau pretendem também avançar com o intercâmbio sobre tecnologias em agricultura e apoiar a construção de laboratórios conjuntos junto das instituições de ciência e investigação em agricultura que demonstrem interesse nestes projectos.


Será também fomentada a colaboração na indústria pesqueira, nomeadamente, através de projectos de cooperação na pesca em alto mar e aquicultura, na manutenção e protecção científica e na conservação e uso sustentável dos recursos haliêuticos.


Sublinhando a importância das infra-estruturas para o desenvolvimento económico e social de cada país, continuarão a ser apoiados projectos nas áreas dos transportes, informação e telecomunicações, energia eléctrica e hidráulica. Procurar-se-á melhorar a qualidade das redes de comunicação e desenvolver a cooperação em tecnologia 5G entre os países participantes interessados, realça o plano até 2027.


Saúde e educação


A China tem, ao longo dos anos, providenciado apoio aos países lusófonos nas áreas da saúde e da educação, uma ajuda que será para continuar, com a China a pretender lançar mais programas na área do ensino universitário e na capacitação de recursos humanos, de acordo com as necessidades dos Países de Língua Portuguesa em África e na Ásia.


Os estudantes dos países lusófonos serão incentivados a estudar no Interior da China e em Macau, enquanto os estudantes chineses serão encorajados a cumprir períodos académicos de experiência intercultural ou imersão linguística nos Países de Língua Portuguesa.


A China vai também continuar a realizar projectos de cooperação na área da saúde, com Macau a participar nas missões de assistência médica da China no exterior.


A medicina tradicional chinesa será um novo pólo na cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa nela interessados, possibilitando a realização de projectos de intercâmbio e cooperação, tais como a instalação de centros de medicina tradicional no exterior.


Será reforçada a coordenação e troca de experiências entre as entidades de supervisão dos países participantes nos domínios do registo, supervisão e inspecção de produtos médicos e farmacêuticos. Além de mais formação, os países participantes irão incentivar a criação de centros de exposição de produtos médicos, centros de orientação técnica e centros de serviços pós-venda, de modo a completarem a construção de redes de negócios regionais.


O Plano de Acção refere que a 7.ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau deverá realizar-se, em 2027, na RAEM. 


Reunião empresarial promove novas tendências de desenvolvimento

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A Conferência dos Empresários, uma das actividades complementares da 6.ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau, decorreu no dia 23 de Abril, lançando o mote para novos modelos de cooperação entre as partes, com uma forte aposta no desenvolvimento sustentável. Foram assinados 15 acordos durante o encontro, em domínios como investimento, finanças, turismo e tecnologia.


Marcaram presença no evento representantes de empresas na lista “Fortune China 500”, bem como representantes dos governos, entidades de promoção comercial, câmaras de comércio e empresas do Interior da China, Macau, Hong Kong e dos países lusófonos.


Sob o tema “Promover as Novas Tendências da Transformação Digital e Partilhar Novas Oportunidades para o Desenvolvimento Verde”, o encontro contou com mais de 700 participantes, segundo dados do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM).


Paralelamente à conferência, foram organizadas cerca de 70 sessões de bolsas de contacto para ajudar as empresas a explorarem oportunidades de negócios em diversas áreas.


Esta edição da Conferência dos Empresários foi a primeira que contou com representantes governamentais e empresariais de São Tomé e Príncipe e da Guiné Equatorial, bem como delegações comerciais da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin.


O encontro foi palco de dois seminários sob os temas: “Acelerar a transformação digital e desencadear um novo impulso para o desenvolvimento industrial”; e “Promover a economia verde e criar um futuro de desenvolvimento sustentável”.


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Criar oportunidades


Na cerimónia de abertura da Conferência de Empresários, a Vice-Ministra do Comércio da República Popular da China, Guo Tingting, afirmou que a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) “está a construir proactivamente uma plataforma abrangente e de alto nível de serviços para a cooperação comercial sino-lusófona”, desempenhando um “papel dinâmico” em termos de intercâmbio económico e comercial, serviços empresariais, conferências e exposições, exposições culturais e formação de quadros qualificados.


A dirigente lembrou que o projecto da Grande Baía e a construção da Zona de Cooperação Aprofundada estão a avançar a bom ritmo, criando novas oportunidades para a cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Afirmou ainda que o Ministério do Comércio continuará a apoiar Macau nos seus esforços como elo de ligação entre a China os países lusófonos.


No seu discurso, o Secretário para a Economia e Finanças de Macau, Lei Wai Nong, referiu que a Conferência dos Empresários permite explorar novos modelos de cooperação sino-lusófona, “com vista a promover a optimização e a actualização contínuas das cadeias de fornecimento e das cadeias industriais por meio da inovação tecnológica, contribuindo para o desenvolvimento de alta qualidade da cooperação económica e comercial” entre as partes envolvidas.


Lei Wai Nong sublinhou que a estratégia de diversificação adequada da economia de Macau “proporcionará também mais oportunidades de desenvolvimento para as empresas chinesas e lusófonas”.


Além disso, adiantou, os avanços no que toca à construção da Zona de Cooperação Aprofundada criaram condições mais favoráveis para a construção do “Centro de Comércio Internacional entre a China e os Países de Língua Portuguesa na Zona de Cooperação Aprofundada”.


Numa intervenção na abertura da Conferência dos Empresários, o Vice-Presidente do Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional, Zhang Shaogang, afirmou que as comunidades empresariais da China e dos Países de Língua Portuguesa “alcançaram resultados significativos” ao longo dos anos, nomeadamente nos domínios das infra-estruturas, energias limpas, finanças e seguros, assim como em cuidados médicos e de saúde.


No futuro, disse o mesmo responsável, é expectável que as partes aprofundem a cooperação em três direcções principais: a aceleração da construção da Grande Baía e da Zona de Cooperação Aprofundada, que permitirá aos sectores empresariais dos países lusófonos interagirem de modo mais aprofundado com o mercado do Interior da China através de Macau; o reforço dos contactos em domínios emergentes como a transformação digital e a economia verde; e a atribuição de um papel de maior relevo às entidades de promoção do comércio, de modo a construir uma nova plataforma de cooperação pragmática.



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Um futuro comum


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Alguns dos participantes na Conferência dos Empresários referiram que o encontro permitiu observar plenamente as vantagens de Macau enquanto plataforma entre a China e os países lusófonos.


A participar pela primeira vez no encontro, representantes da indústria de tecnologia de ponta da Zona de Cooperação Aprofundada afirmaram estar “optimistas” em relação às perspectivas de desenvolvimento dos países de língua portuguesa, demonstrando interesse em expandir as suas operações para os mercados lusófonos.


O Secretário Executivo do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte do Brasil, Francisco Tadeu Barbosa de Alencar, disse esperar que haja um maior envolvimento das pequenas empresas no âmbito da cooperação entre as partes, nomeadamente no que diz respeito à transformação digital, contributos para a inovação tecnológica, criação de emprego e produção.


“Nós estamos aqui exactamente para valorizar o Fórum de Macau, no sentido de fortalecer os laços de amizade que nos aproximam da China”, frisou o dirigente brasileiro.


“O Fórum de Macau é uma grande plataforma que permite que nós possamos, interagindo com os Países de Língua Portuguesa, aumentar o comércio com a China. Isso é fundamental para países em desenvolvimento, como o Brasil”, acrescentou. “Nós temos muito o que oferecer aos Países de Língua Portuguesa e à China, que tem retribuído de maneira muito viva nesta relação. Cada país integrante do Fórum de Macau tem as suas características, suas peculiaridades, suas vocações e é essa troca que nos fortalece a todos.”


“Nós viemos aqui exactamente com a convicção de que o Fórum de Macau é uma plataforma estratégica para o Brasil e nós vamos utilizá-la cada vez mais”, adiantou Francisco Tadeu Barbosa de Alencar.


A Conferência de Empresários foi organizada conjuntamente pelo Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional e pelo IPIM, e co-organizada pelo Secretariado Permanente do Fórum de Macau, contando também com o apoio de nove câmaras de comércio e organizações de promoção do comércio e investimento dos países lusófonos e da Federação Empresarial da China e dos Países de Língua Portuguesa.


Aproveitar vantagens


Kesia Lima, Administradora Executiva do Parque Tecnológico de Cabo Verde, S.A., referiu que dados os investimentos que Cabo Verde tem feito no sector da economia digital, poder participar em eventos como a Conferência dos Empresários “é essencial” para dar a conhecer o que tem sido feito no país, não só ao “nível da capacitação, mas também de infra-estruturas e enquadramento legal”.


“Cabo Verde, pela sua localização geográfica, pode servir como um ponto de intersecção de conhecimento em termos de inovação, mas também como uma porta de entrada para a região oeste africana, especialmente para as start-ups africanas”, afirmou Kesia Lima, que foi uma das oradoras numa das sessões do encontro. “Ou seja, permitir e dar todas as condições para que as start-ups internacionais da região, mas também de todo o mundo, vejam Cabo Verde como um local para se estabelecerem e prestarem serviços digitais para o mundo.”


Segundo a responsável, a China “tem sido um parceiro enorme” em vários sectores em Cabo Verde, e o interesse pelo sector digital “também é muito benéfico” para o país insular, pois este já tem “uma relação de parceria e de colaboração e vários projectos construídos e levados a cabo através de investimentos da China”.


“Acredito que este é mais um sector onde já existe colaboração, mas pode continuar a haver colaborações e as oportunidades são amplas nesse sentido”, sublinhou Kesia Lima.


O evento em Macau foi uma oportunidade para explorar potenciais parcerias, “mas também para tentar angariar clientes e dar a conhecer a que nível Cabo Verde se encontra em termos da transformação digital”, concluiu.


Já Célia Marlin Ribeiro, fundadora e proprietária da Luteari – Insumos & Serviços Agrícolas, Lda., de Moçambique, lembrou que o sector privado no seu país “está ainda a emergir”, portanto, a participação na Conferência dos Empresários representou uma “oportunidade única” para explorar modelos de cooperação e procurar parcerias.


“Nós pretendemos adquirir tecnologias, não só da China, mas de outros Países de Língua Portuguesa, mas também explorar mercados, porque temos produtos que acreditamos que podem entrar para os mercados dos Países de Língua Portuguesa e da China”, ressalvou a empresária, que também efectuou uma apresentação num dos painéis do encontro.


A Luteari desenvolve a sua actividade no sector agrícola, “envolvendo pequenos agricultores” do país, explicou Célia Marlin Ribeiro. O objectivo, acrescentou, é unir esforços, “produzir de uma forma sustentável e colocar toda esta produção no mercado”.


O balanço da Conferência dos Empresários “é muito positivo”, disse a empreendedora. “Ficou muito claro que os investimentos não serão só em políticas públicas, mas também para o sector privado, que vai desempenhar um papel muito forte nesta nova era digital, mas também tendo em conta a economia verde”, referiu.


“Eu venho de um país onde os efeitos das mudanças climáticas está se a fazer sentir cada vez mais e é importante que todos nós tenhamos consciência de que apenas as boas práticas irão ajudar ao desenvolvimento sustentável em prol das próximas gerações”, realçou Célia Marlin Ribeiro. 


A base da educação


Com o objectivo de expandir o papel de Macau como plataforma sino-lusófona e formar quadros altamente qualificados bilingues em chinês e português, a Universidade Politécnica de Macau (UPM) seleccionou alguns dos seus melhores alunos para participarem nos trabalhos da 6.ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau. Cerca de 50 alunos dos cursos de Mestrado em Tradução e Interpretação Chinês-Português, Licenciatura em Tradução e Interpretação Chinês-Português/Português-Chinês e Licenciatura em Relações Comerciais China-Países Lusófonos participaram no evento, incluindo em trabalhos de interpretação e acompanhamento das delegações.


A equipa desempenhou funções de interpretação e assistência em várias reuniões de alto nível, incluindo na cerimónia de abertura da Conferência Ministerial e na Conferência dos Empresários.


Ao longo dos anos, a UPM e o Secretariado Permanente do Fórum de Macau têm mantido uma cooperação pragmática. A Faculdade de Línguas e Tradução da UPM tem prestado serviços de interpretação e assistência a diversas iniciativas organizadas pelo Fórum de Macau, incluindo a Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa e as diversas edições da Conferência Ministerial.