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Vinhas de empresário de Macau em Lisboa cativam atenção de autoridades portuguesas e chinesas
Tempo de liberação:2023-08-15
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Sete anos depois de investir em Portugal, na compra da Quinta da Marmeleira, às portas de Lisboa, o empresário de Macau Wu Zhiwei tornou-se numa referência na comunidade empresarial sino-portuguesa. E, os seus projectos para o futuro são muitos, diversificando da produção de vinhos para o turismo.  


O sucesso da Quinta da Marmeleira, cujos vinhos são exportados em grande parte para Macau e China continental e podem ser encontrados em alguns dos melhores restaurantes da Região Administrativa Especial (RAEM), tem vindo a captivar a atenção das autoridades dos dois países. No final de Fevereiro, o Embaixador da China em Portugal, Zhao Bentang, visitou pela primeira vez a Quinta, onde se encontrou com o empresário, que também é proprietário da Tin Min Jade, plantações de chá na China e investidor imobiliário em Macau e Portugal.


Zhao Bentang, Conselheira Comercial da Embaixada da China, Xia Xiaoling, representantes da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa e de empresas de capital chinês em Portugal foram recebidos pela equipa da Quinta da Marmeleira na adega de Alenquer, situada num vale na região, paralelo ao rio Tejo.


Na ocasião, o Embaixador Zhao destacou o papel activo da Marmeleira na iniciativa “Faixa e Rota” e os resultados práticos alcançados. Destacou que a China é há muitos anos o maior parceiro comercial de Portugal na Ásia, e os dois países têm cooperado numa ampla gama de iniciativas, com resultados frutíferos para ambos os lados.Por seu turno, Wu Zhiwei disse que a visita do diplomata, juntamente com destacados líderes empresariais, foi mais um reconhecimento do bom desenvolvimento das relações China-Portugal. Apontou em particular o papel de Zhao Bentang em “promover o aprofundamento da cooperação entre os dois países, cuidando dos chineses ultramarinos em Portugal e apoiando o investimento em empresas chinesas em Portugal, o que tem sido unanimemente elogiado por chineses ultramarinos e empresas portuguesas”.


“Sob a turbulência da pandemia global, superamos várias dificuldades, trabalhamos muito para expandir o mercado e alcançamos um bom desenvolvimento. No futuro, continuaremos a desenvolver-nos de forma constante por meio da inovação, fabricando produtos excelentes, construindo uma marca reconhecida, expandindo os mercados doméstico e internacional e promovendo o turismo”, disse Wu.


“A integração orgânica de lazer, negócios, comércio, cultura e intercâmbios culturais e desportivos ajudará a diplomacia entre a China e Portugal; desempenha o papel de ponte, orienta e ajuda mais empresas portuguesas a visitar, trocar, investir e cooperar na Área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, apoia a estratégia ‘Faixa e Rota’ do país e promove uma maior integração de Macau no desenvolvimento global da China”, acrescentou o empresário.


Em Dezembro de 2022, o novo Cônsul-Geral de Portugal em Macau, Alexandre Leitão, visitou a Quinta da Marmeleira. O novo cônsul conheceu vinhas, adegas e provou os vinhos produzidos pela equipa de Wu Zhiwei. Durante a visita, o diplomata destacou o papel da Quinta da Marmeleira na criação de empregos para os jovens da região.


Expansão para o turismo


Lançada em 2015, a Quinta da Marmeleira produz anualmente mais de 200.000 garrafas de vinho, principalmente para exportação para o mercado da China continental. Em relação às primeiras colheitas, a produção expandiu-se quase quatro vezes. A propriedade tem vindo a aumentar, e a equipa tem vindo a crescer, para um total de 15 pessoas, incluindo funcionários a tempo inteiro e prestadores de serviços, desde agrónomos a tratadores de cavalos. 


A expansão da produção dos vinhos do empresário de Macau - comercializados para três gamas diferentes com as marcas Chamelaria, Amplo e Pugnaz - começou apenas após ser atingido o patamar de qualidade pretendido. Como assumiu Wu Zhiwei, numa entrevista à Revista Macau em 2018, o objectivo principal era “fazer vinho de qualidade”, com enólogos de renome portugueses, dando tempo e condições excepcionais de estágio, incluindo em barricas de madeira.


A empresa tem expandido os seus canais de vendas, sendo os seus vinhos agora vendidos na grande plataforma de comércio electrónico do China Communications Construction. 


Nos projectos do empresário, também Vice-Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa, contam ainda com o sector do turismo. Na edição de 2022 da Exposição de Produtos e Serviços de Língua Portuguesa Países (PLPEX), o empresário de Macau, Wu Zhiwei, anunciou o lançamento de uma agência de viagens para “estabelecer uma ponte entre Portugal e a China”.


“O objectivo é levar pessoas do Interior da China a Portugal para conhecerem o país e a cultura assim como ajudar os portugueses a conhecerem a China”, disse à agência de notícias Lusa. Agora é preciso “esperar que as medidas de combate à pandemia [da Covid-19] melhorem e que os vôos retomem o seu ritmo normal para levar turistas a visitar Portugal”, disse Wu.


Wu anunciou ainda a instalação de uma nova adega na Quinta da Marmeleira em Alenquer, a 50 quilómetros do norte de Lisboa, para promover o enoturismo e “dar a conhecer aos turistas chineses todo o processo de produção do vinho, desde a uva até ao produto final”. 


  O enoturismo é um objectivo desde o início do projecto. Apesar da qualidade das redes de acesso na zona - incluindo aeroporto, terminais rodoviários, auto-estradas, tudo a menos de 30 minutos de Lisboa - não dispõe praticamente de uma oferta hoteleira. A ideia passa por construir um hotel junto à adega, contribuindo para a economia local.


Segundo Wu Zhiwei, o facto de a actual administração da RAEM liderada pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, escolher Portugal como primeiro destino de visita oficial “reflecte desde já a importância da manutenção das tradições e do relacionamento da China com Portugal. Estas relações de amizade, os vastos domínios ou sectores de cooperação entre a China e Portugal dão lugar a grandes perspectivas, reflectindo centenas de anos de convivência das culturals chinesa e ocidental de Macau e Portugal”. 


“A cooperação integrada trarão melhores resultados para promover solidamente a construção de um Centro, uma Plataforma e uma Base em Macau para o efeito pretendido”, sublinhou aquele empresário.