A China vai deter 30.34 por cento das acções do Banco Asiático de Desenvolvimento em Infra-estruturas (AIIB, na sigla inglesa), anunciou o Ministério chinês das Finanças. Pequim torna-se, assim, no maior accionista da instituição financeira multilateral, criada recentemente.
Na segunda-feira, representantes de 50 países fundadores do banco – incluindo Portugal e Brasil – estiveram reunidos em Pequim, onde assinaram o acordo constitutivo, que estabelece o enquadramento legal da instituição financeira. Segundo a agência de notícias Reuters, sete dos 57 países fundadores – incluindo a Dinamarca e as Filipinas – não assinaram o acordo, por aguardarem ainda a respectiva autorização interna.
De acordo com o documento, a China, o maior accionista, adquire uma fatia de US$29,78 mil milhões em acções do banco, ou 30,34 por cento do total, o que lhe confere 26,06 por cento de direitos de voto sobre as decisões do banco. Pequim obtém, assim, poder de veto sobre as grandes decisões a tomar pela instituição – decisões que necessitam de pelo menos 75 por cento de votos.
O Brasil torna-se o nono maior accionista do banco, com uma participação de 3,24 por cento, ou US$3,18 mil milhões em acções. Já Portugal vai deter apenas 0,07 por cento das acções, ou US$65 milhões.
Durante a cerimónia de assinatura, o Presidente chinês, Xi Jinping, sublinhou que o AIIB irá complementar as instituições internacionais financeiras e de desenvolvimento já existentes.
Xi Jinping propôs a criação do AIIB em 2013, com vista à criação de um novo canal de financiamento de investimentos em infra-estruturas na Ásia.
Em declarações à agência portuguesa de notícias Lusa, o secretário de Estado das Finanças de Portugal, Manuel Rodrigues, defendeu que é “particularmente importante” o acesso do país à nova instituição financeira, uma vez que esta “abre mais oportunidades” para as empresas portuguesas, bem como o reforço das relações com a China.
Segundo o Ministério das Finanças da China, o AIIB – com um capital autorizado de US$100 mil milhões – deverá entrar em funcionamento no final do ano.