Países Participantes
Presidente Xi Jinping enaltece Macau como plataforma sino-lusófona
Tempo de liberação:2025-02-25
  • Share To:

O líder chinês, Xi Jinping, que esteve em Macau a propósito dos 25 anos do retorno do território à Pátria, defendeu que a RAEM deve “reforçar ainda mais a abertura nos dois sentidos, facilitar a cooperação de benefícios mútuos em todos os sectores com os Países de Língua Portuguesa, desempenhar um papel activo na construção conjunta de ‘Uma Faixa, Uma Rota’ de alta qualidade, fazer mais amigos em todo o mundo, e actuar como uma ponte importante para a abertura de alto padrão do país”


O Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, deu, em Dezembro passado, um voto de confiança ao papel de Macau enquanto plataforma de ligação entre a China e os Países de Língua Portuguesa.


“Macau, o único lugar no mundo que tem tanto a língua chinesa como a língua portuguesa como línguas oficiais, é uma plataforma importante para a promoção da cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa”, sublinhou o Presidente Xi Jinping, durante a cerimónia de tomada de posse do novo Governo da RAEM, que decorreu a 20 de Dezembro. O evento serviu também para comemorar os 25 anos do retorno de Macau à Pátria.


No seu discurso, o líder chinês sublinhou a importância de a RAEM “facilitar a cooperação de benefícios mútuos em todos os sectores com os Países de Língua Portuguesa”. Em termos mais amplos, o Presidente Xi Jinping enfatizou a necessidade de o território “concentrar esforços para se tornar numa plataforma para a abertura ao exterior de padrão mais alto”.


O governante fez referência ao posicionamento de desenvolvimento de Macau como um Centro Mundial de Turismo e Lazer, uma Plataforma de Serviços para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa e uma Base de Intercâmbio e Cooperação para a Promoção da Coexistência Multicultural, com predominância da Cultura Chinesa – uma visão resumida na expressão “Um Centro, Uma Plataforma e Uma Base”. O Presidente Xi Jinping referiu que “Macau deve aprimorar mecanismos para desempenhar um maior papel na abertura do País ao exterior”, alinhando-se “proactivamente com as principais estratégias nacionais” e continuando a elevar a competitividade internacional do território.


Num outro discurso, por ocasião de um jantar de boas-vindas ao Presidente, oferecido pelo Governo da RAEM, o líder chinês notou os “progressos sólidos” feitos ao longo dos últimos cinco anos no sentido de avançar a construção em Macau de “Um Centro, Uma Plataforma e Uma Base”. Em particular, foi destacada a inauguração do Centro de Cooperação e Intercâmbio de Ciência e Tecnologia entre a China e os Países de Língua Portuguesa, localizado na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin. Durante a sua intervenção, o Presidente Xi Jinping fez também questão de enfatizar que “estão mais estreitos o intercâmbio e a cooperação de Macau com os Países de Língua Portuguesa”.

25 anos de sucesso

Ainda no âmbito das comemorações do 25.º Aniversário do Retorno de Macau à Pátria, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês sublinhou igualmente o relevo da cidade como Plataforma Sino-lusófona após o estabelecimento da RAEM. “Macau alavancou plenamente o seu papel de ponte entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, referiu Lin Jian, porta-voz do Ministério, durante uma conferência de imprensa em Dezembro passado.


O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros recordou que a cidade acolheu, desde 2003, seis Conferências Ministeriais e uma Reunião Extraordinária Ministerial do Fórum de Macau. Estes encontros, notou o responsável, “impulsionaram o intercâmbio e a cooperação” sino-lusófonos.


A 6.ª Conferência Ministerial, que decorreu em 2024, foi a primeira que teve a presença de elementos em representação oficial de São Tomé e Príncipe e da Guiné Equatorial. Estes foram os últimos dois países a aderir ao Fórum de Macau.


A edição de 2024 foi igualmente a primeira Conferência Ministerial a decorrer no Complexo da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. O edifício, que entrou em funcionamento em 2019, é hoje a “casa” do Fórum de Macau, recebendo regularmente diversas iniciativas no campo das relações sino-lusófonas.

Cooperação multifacetada

Como orgão de execução permanente do Fórum de Macau, o Secretariado Permanente promove a implementação de tarefas ligadas ao Plano de Acção para a Cooperação Económica e Comercial (2024-2027) aprovado na 6.ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau, além de organizar e participar em actividades de promoção comercial e intercâmbio cultural, dando também activamente apoio na construção da plataforma para a China e os Países de Língua Portuguesa de Macau. A acção futura do Secretariado Permanente será guiada pelo espírito dos importantes discursos proferidos pelo Presidente Xi Jinping durante a sua visita a Macau, dando novos contributos para o desenvolvimento comum do Interior da China, de Macau e dos Países de Língua Portuguesa.


Após o lançamento do Fórum de Macau, foram estabelecidos na RAEM diversos outros mecanismos ligados à promoção da cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Por exemplo, Macau acolhe actualmente a sede da Federação Empresarial da China e dos Países de Língua Portuguesa, assim como o Centro de Intercâmbio de Inovação e Empreendedorismo para Jovens da China e dos Países de Língua Portuguesa.


O Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa foi estabelecido em 2013. Em 2017, após a cerimónia de descerramento, a sede do Fundo foi instalada em Macau, com o valor global do capital de mil milhões de dólares: foram já feitos investimentos em projectos, em diversos Países de Língua Portuguesa, incluindo o Brasil, Portugal, Angola e Moçambique, além de investimentos em Macau. Até ao final de 2024, os 11 projectos apoiados até então tinham absorvido cerca de 567 milhões de dólares.


Foi ainda criado o Pavilhão de Exposição da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, lançado em 2016. Situado actualmente no Complexo da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, possui uma área total aproximada de 1800 metros quadrados, tendo em exposição mais de 2000 artigos provenientes dos vários mercados lusófonos.


Durante a 6.ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau, que teve lugar em Abril de 2024, Li Hongzhong, membro do Politburo do Comité Central do Partido Comunista da China e Vice‑presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional, referiu que o fluxo comercial entre a China e os países lusófonos aumentou cerca de 20 vezes desde a criação do Fórum de Macau. Dados estatísticos dos Serviços da Alfândega da China mostram que as trocas comerciais sino-lusófonas ascenderam a 225,2 mil milhões de dólares no cômputo geral em 2024, um crescimento homólogo de cerca de 2 por cento.