Música, dança, pintura, fotografia, documentários, gastronomia e artesanato: a 16.ª Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa voltou a fazer de Macau um palco privilegiado para o intercâmbio sino-lusófono no campo da cultura e das artes
A 16.ª Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa, que decorreu entre 17 e 20 de Outubro de 2024, trouxe a Macau dezenas de artistas, promovendo o “abraço” sino-lusófono no campo das artes, cultura e gastronomia. O evento, organizado pelo Secretariado Permanente do Fórum de Macau, teve como lema “Confluências culturais sino-lusófonas construindo pontes de entendimento”.
De acordo com o Secretário-Geral do Secretariado Permanente do Fórum de Macau, Ji Xianzheng, a Semana Cultural é um acontecimento anual que visa elevar o papel de Macau enquanto elo de ligação entre a China e os Países de Língua Portuguesa, promovendo o aprofundamento do intercâmbio cultural e humanístico entre as partes. Nas palavras do responsável, o estreitamento do relacionamento entre a China e o mundo lusófono no campo das artes permite uma maior aproximação entre povos, sendo também benéfico para o avanço da cooperação económica e comercial.
No seu discurso no âmbito da Cerimónia de Abertura da 16.ª Semana Cultural, que decorreu no dia 17 de Outubro no Legend Boulevard da Doca dos Pescadores, Ji Xianzheng recordou que o evento foi lançado pelo Secretariado Permanente do Fórum de Macau em 2008. Segundo acrescentou, aquando da 6.ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau, no passado mês de Abril, foi novamente sublinhado e louvado pelas partes participantes o papel positivo desempenhado pela Semana Cultural na promoção do intercâmbio cultural e humanístico entre a China e os Países de Língua Portuguesa.
A Doca dos Pescadores voltou a ser um dos pontos fulcrais das actividades da Semana Cultural. Durante quatro dias consecutivos, sucederam-se aí espectáculos de música e dança apresentados por grupos artísticos e culturais da China e dos nove Países de Língua Portuguesa, nomeadamente Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
O local recebeu ainda uma feira de artesanato – outra actividade principal da Semana Cultural –, que contou com representantes da Província de Jiangxi, no Interior da China, assim como criadores de Macau e dos Países de Língua Portuguesa. Na feira, foi possível aos visitantes terem contacto com obras de artesanato e técnicas de produção tradicional, envolvendo desde porcelana a macramé ou esculturas. Foram ainda disponibilizadas no local tendas de exposição e venda de produtos provenientes de Países de Língua Portuguesa e de Macau.
A gastronomia voltou a ser um dos “pratos fortes” da Semana Cultural. Vários chefes de cozinha de renome provenientes de Países de Língua Portuguesa apresentaram, em colaboração com o Restaurante Vic’s na Doca dos Pescadores, menus especiais, oferecendo à população de Macau o melhor dos sabores lusófonos. Participaram na “Mostra Gastronómica da China e dos Países de Língua Portuguesa” os chefes de cozinha Nário Tala, proveniente de Angola; Martinho Moniz, em representação de Portugal; Maria Batista, de São Tomé e Príncipe; Delfina Guterres, de Timor-Leste; e Ana Manhão, como representante da gastronomia de Macau.
Paralelamente, decorreram também apresentações ao público de culinária, visando divulgar pratos típicos da gastronomia lusófona.
Audiovisual em estreia
Entre as novidades da edição de 2024, foi adicionada à Semana Cultural uma mostra de obras audiovisuais chinesas e lusófonas, que contou com a co-organização do Departamento da Cooperação Internacional da Administração Nacional de Rádio e Televisão da República Popular da China. A mostra teve como objectivo reforçar a cooperação e o intercâmbio sino-lusófonos no domínio da rádio, televisão e programas audiovisuais.
A “Exibição Colectiva de Obras Audiovisuais da China e dos Países de Língua Portuguesa 2024” abrangeu um total de cinco obras. Tal incluiu três documentários da China, nomeadamente “Golfinho Branco Chinês”, “Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau” e “Culinária de Guangdong Desfrutada no Mundo”. A estes somaram-se dois documentários provenientes dos Países de Língua Portuguesa: “A Natureza dos Homens e dos Animais”, de Moçambique, e “Minha Terra, Minha Gente”, de Portugal.
A primeira sessão offline da exibição reuniu na audiência representantes da China e dos Países de Língua Portuguesa. O realizador-chefe do documentário “Golfinho Branco Chinês”, o famoso Yan Dong, partilhou, em gravação vídeo, detalhes sobre a filmagem da obra, tendo os realizadores do documentário Tan Shizhen e Li Kai interagido com a audiência presencialmente.
Com o apoio da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude do Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), as cinco produções integradas na “Exibição Colectiva de Obras Audiovisuais” foram ainda levadas a várias instituições de ensino locais. Todos os documentários ficaram igualmente disponíveis na página electrónica oficial do Secretariado Permanente do Fórum de Macau, para visualização do público.
Sendo parte integral de cada edição da Semana Cultural, foi inaugurada, no dia 21 de Outubro, a Exposição de Artes Plásticas “Policromias Lusófonas”, no seu quarto ciclo. A mostra esteve patente na Galeria do 1.º andar do Complexo da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa por mais de um mês. Em exibição estiveram fotografias do brasileiro Luiz Bhering, bem como obras de arte da artista plástica timorense Maria Madeira e pinturas do designer de Macau Wilson Lam Chi Ian.
A 16.ª Semana Cultural incluiu também um Concurso de Vídeos de Curta-Metragem, organizado pelo Secretariado Permanente do Fórum de Macau. A iniciativa visou encorajar a realização de produções vídeo alusivas às actividades da Semana Cultural, com o objectivo de promover as culturas chinesa e dos Países de Língua Portuguesa e o papel de Macau enquanto plataforma sino-lusófona. O concurso contou com a participação de 29 equipas, compostas por estudantes de várias universidades e instituições de ensino secundário locais.
A edição de 2024 da Semana Cultural voltou a contar com o forte apoio das associações comunitárias de cariz lusófono com sede em Macau, incluindo a Associação Angola Macau; a Associação Casa do Brasil em Macau; a Associação de Amizade Macau – Cabo Verde; a Associação dos Guineenses, Naturais e Amigos da Guiné-Bissau; a Associação dos Amigos de Moçambique; a Associação dos Sãotomenses e Amigos de São Tomé e Príncipe, Macau-China; a Casa de Portugal em Macau; a Associação dos Macaenses; e a Associação de Amizade Macau – Timor.
