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929 Challenge atrai projectos mais maduros
Tempo de liberação:2025-02-25
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Start-up portuguesa e universidade de Macau arrecadaram os principais prémios na edição de 2024

A 4.ª edição do “929 Challenge”, cuja fase final se realizou em Macau, contou com “projectos mais maduros e de maior dimensão”, tanto da China como dos países lusófonos, diz o co-fundador e coordenador da competição Marco Rizzolio, que faz um balanço “positivo” da última edição que teve lugar em Novembro.


O concurso é dividido em duas categorias, com 16 equipas finalistas – oito start-ups e oito instituições de ensino superior.


A empresa portuguesa Iplexmed, que desenvolveu um dispositivo portátil para diagnóstico rápido de doenças infecciosas, venceu a última edição do “929 Challenge” na categoria das start-ups.


Em segundo lugar ficou a GreenCoat, empresa de Hong Kong que desenvolve equipamentos para “janelas inteligentes” que ajustam a opacidade em resposta às condições ambientais, com vista a reduzir o consumo energético dos edifícios.


No terceiro lugar ficou a start-up portuguesa Nitrogen Sensing Solutions (NS2), focada no desenvolvimento de sensores inteligentes para monitorizar a qualidade da água para uma aquacultura sustentável.


Macau destacou-se na competição das instituições de ensino superior, com a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau a arrecadar o primeiro lugar, com um projecto de identificação de pragas e doenças na agricultura com recurso à inteligência artificial.


A Universidade de Shenzhen, na Província de Guangdong, arrecadou o segundo prémio, com um projecto de motores energeticamente eficientes para uso industrial.


O terceiro posto foi para a Universidade de Macau, com um projecto para desenvolver robôs subaquáticos para variadas aplicações nos sectores industrial e educacional.


A edição deste ano registou 320 equipas representando mais de 1.800 participantes e o montante total dos prémios foi de 30 mil dólares americanos e outros 4 mil dólares em serviços da Alibaba Cloud, segundo a organização.


“A competição tem vindo a ganhar nome, não só porque esta foi a quarta edição, mas também devido às parcerias que temos assinado com várias entidades”, destaca Marco Rizzolio.

Passos importantes

Marco Rizzolio e José Alves, os fundadores da competição, lançaram o evento há quatro anos com o propósito de reforçar a cooperação entre a China e os países lusófonos.


O concurso é actualmente organizado pela Associação de Empreendedorismo e Inovação Macau – China e Países de Língua Portuguesa (AEIMCP), contando com a participação do Secretariado Permanente do Fórum de Macau e da Universidade da Cidade de Macau, Universidade de Macau, Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, Universidade de São José, Universidade de Turismo de Macau, Universidade Politécnica de Macau e Universidade das Nações Unidas – Instituto em Macau.


Para Marco Rizzolio, o trabalho que tem sido feito para atrair parceiros tem sido “fundamental” para o sucesso do “929 Challenge”.


Entre estas colaborações contam-se a parceria com a Portugal Ventures, uma sociedade pública gestora de fundos de capital de risco, a cooperação com a Cabo Verde Digital, uma plataforma do Governo de Cabo Verde para reforçar o empreendedorismo tecnológico, e os protocolos com a Universidade Eduardo Mondlane, de Moçambique, e com o Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM) de Angola.


“O número de parceiros, institucionais e privados, incluindo de incubadoras, continua a crescer, tanto em Macau e Hong Kong, como nos Países de Língua Portuguesa e na região da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”, realça o coordenador da competição.


“Estes avanços têm contribuído para que um maior número de projectos de qualidade se candidatem ao ‘929 Challenge’, procurando entrar no mercado da China ou expandir para os países lusófonos”, acrescenta o responsável.


Outro progresso importante tem sido uma maior aproximação à comunidade de investidores, nomeadamente empresas e fundos de capital de risco, afirma Marco Rizzolio.


“No início, o nosso júri era composto por representantes e directores de empresas de diversos sectores. Agora, 90 por cento do painel é composto por representantes de empresas de capital de risco e do sector industrial”, adianta.

Rampa de lançamento

O “929 Challenge” assume-se focado na promoção de oportunidades em áreas como turismo, saúde, finanças, agronegócios, economia azul, energias renováveis e segurança alimentar.


À medida que cresce, o evento também pretende aprofundar o seu papel como plataforma de lançamento para os projectos que se candidatam à competição.


Por exemplo, refere Marco Rizzolio, a organização tem um acordo com o Hong Kong Science & Technology Parks Corporation, que permite aos finalistas da competição efectuarem o “programa de ideação” oferecido pela instituição de Hong Kong.


“O objectivo é continuar a promover as ligações dentro deste ecossistema, ajudando estes projectos a evoluir. Isto significa reforçar os contactos com universidades, empresas, incubadoras e governos”, afirma o responsável.


“A nossa intenção ao promover este tipo de evento é servir como uma rampa de lançamento para estes projectos e start-ups, tanto para dentro da China, como para os países lusófonos”, acrescenta. “Há muitos projectos da China que se querem internacionalizar e que têm procurado os Países de Língua Portuguesa através de Macau.”


Marco Rizzolio salienta que o sucesso de eventos como o “929 Challenge” mede-se “pelo número de projectos que garantem investimento e que se tornam comercialmente sustentáveis”. “Já tivemos casos de sucesso no âmbito desta competição, mas o objectivo é que haja mais projectos que atinjam essa meta”, acrescenta.


O coordenador do “929 Challenge” adianta que a organização está actualmente a trabalhar para criar programas de aceleração “para assegurar um ciclo contínuo” de desenvolvimento para as start-ups, um projecto que deverá ser lançado “no próximo ano”.


Estes programas estão a ser planeados com parceiros locais e nos países de destino, com diferentes valências e actividades, afirma Marco Rizzolio. Os parceiros incluem instituições de ensino superior, empresas, incubadoras e governos, “para criar um ecossistema certo para o desenvolvimento dos projectos, testar produtos e serviços, e encontrar novos mercados”, remata.