A indústria do calçado de Portugal espera reforçar este ano o investimento em mercados fora da União Europeia (UE), incluindo a China. A notícia foi avançada esta semana pela agência portuguesa de notícias Lusa, que explica que a indústria prevê que 2016 seja um ano difícil para o sector na Europa.
Portugal é actualmente “um dos grandes fornecedores de calçado [para a China]”, ocupando a quinta posição nesse mercado, afirmou Paulo Gonçalves, porta-voz da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS).
Em declarações à agência Lusa, o responsável adiantou que os consumidores chineses estão a comprar mais calçado de fabrico português devido à qualidade do mesmo, apesar de o preço de um par de sapatos “made in Portugal” poder custar cinco vezes mais do que um produzido na China.
Segundo Paulo Gonçalves, a indústria portuguesa de calçado espera aumentar para 20 por cento da produção total, até 2020, o peso das exportações para países fora da UE. Ao longo dos últimos 10 anos, as exportações de calçado português para esses mercados cresceram “mais de 30 por cento ao ano”, nomeadamente para países como Estados Unidos, Canadá, Emirados Árabes Unidos, China e Austrália.
“Nos próximos cinco anos, vamos investir 80 milhões de euros (US$89,2 milhões) em internacionalização”, afirmou o porta-voz da APICCAPS.
A Austrália é outro dos mercados em que os industriais lusos pretendem reforçar a aposta este ano. De acordo com Paulo Gonçalves, as exportações portuguesas de calçado para o mercado australiano têm vindo a crescer, tendo já atingido vendas no valor de 15 milhões de euros por ano.