Há um “enorme potencial” para a cooperação entre os bancos de Macau e as instituições bancárias dos Países de Língua Portuguesa, em áreas como a dos sistemas de pagamentos e compensações, bem como a do financiamento transfronteiriço. A ideia foi defendida por Ip Sio Kai, Presidente da Associação de Bancos de Macau, numa entrevista ao jornal local Business Daily.
O dirigente defendeu que os bancos de Macau “deveriam melhorar os seus serviços financeiros” relativos ao comércio entre a China e os Países de Língua Portuguesa e “continuar a explorar e alargar o mercado”. Para Ip Sio Kai, esta seria também uma forma de as instituições bancárias de Macau contribuírem mais para a diversificação da economia do território e “ajudarem a fazer da cidade um centro financeiro único a nível regional”.
O também Vice-Director Geral da Delegação de Macau do Banco da China lembrou que o valor das trocas comerciais entre a China e os Países de Língua Portuguesa “tem demonstrado um óbvio aumento nos últimos anos”.
“À medida que as empresas chinesas se empenham no alargamento dos negócios para além do seu país e investem nos Países de Língua Portuguesa, tal não só estimulará a procura por parte do mercado pelo uso transfronteiriço do yuan, como também por serviços financeiros, como é o caso das aquisições e fusões transfronteiriças”, explicou Ip Sio Kai.
Macau, defendeu o Presidente da Associação de Bancos de Macau, “oferece uma vantagem única” devido às semelhanças com os Países de Língua Portuguesa em termos de “língua, cultura e legislação”. Este tipo de vantagens, acrescentou, fazem do território “uma importante plataforma de serviços entre as duas partes”.