A economia de Moçambique deverá ter o crescimento mais rápido do espaço lusófono este ano. A previsão foi avançada pelo Banco Mundial, no seu relatório Global Economic Prospects.
No documento, divulgado a semana passada, o organismo internacional, sedeado em Washington, prevê que a economia moçambicana cresça 7,2 por cento este ano, passando depois a registar um crescimento de 7,3 por cento nos próximos dois anos.
Apesar de o sector mineiro continuar a impulsionar o crescimento de países como Moçambique, o Banco Mundial alerta que a quebra nos preços globais das matérias-primas “poderá levar algumas empresas ligadas à extracção” desses produtos “a atrasarem ou até mesmo cancelarem os investimentos anteriormente previstos”.
Por outro lado, o Banco Mundial reviu em baixa a projecção do crescimento económico de Angola, de 5,3 por cento para 4,5 por cento em 2015. Também as estimativas para 2016 e 2017 caíram para 3,9 por cento e 5,1 por cento, respectivamente.
Ainda de acordo com o relatório, “os baixos preços do petróleo reduziram significativamente o crescimento nos países exportadores de matérias-primas”, como Angola e Nigéria.
O Governo angolano cortou as despesas orçamentadas para este ano em 25 por cento. “A economia que não está ligada ao petróleo, em muitos destes países, tem vindo a sofrer com a redução das despesas do Governo”, alertou o Banco Mundial.
O organismo internacional também diminuiu a taxa de crescimento prevista para o Brasil em 2015, passando de 1 por cento para uma contracção de 1,3 por cento. “A fragilidade da confiança [dos mercados], os aumentos nos preços praticados e os baixos preços das matérias-primas deverão contribuir para um cenário de recessão, no Brasil, em 2015, prevendo-se uma recuperação modesta em 2016 e 2017”, acrescenta a instituição.
Quanto a outros Países de Língua Portuguesa, o Banco Mundial prevê, para Cabo Verde, um crescimento de 3 por cento, 3,4 por cento e 3,5 por cento, entre 2015 e 2017; a Guiné-Bissau deverá crescer 4,2 por cento este ano, abrandando depois o seu crescimento para 3,9 por cento e 4 por cento nos dois anos seguintes; para Timor-Leste está projectado um crescimento de 6,8 por cento em 2015, 6,8 por cento em 2016 e 7 por cento em 2017.
O relatório não avança uma projecção específica para Portugal. Já no que diz respeito à China, o Banco Mundial prevê um crescimento económico de 7,1 por cento em 2015, seguido de um abrandamento para 6,9 por cento em 2017.