近些年来,安哥拉电力行业一直在进行结构调整和扩大规模。安哥拉目前有三种发电方式:水力发电、火力发电和新的可再生能源发电。2021年,安哥拉总发电装机容量为5,880.19兆瓦,其中水力发电3,676.12兆瓦,火力发电2,169.07兆瓦,混合发电(太阳能+柴油)35.00兆瓦。图1显示了自2015年发电量的增长情况,所有发电类型的发电量都有显著增长,其中水力发电量的增长最为明显。[1]
图1:各种发电类型的发电量
发电量的增加主要是公共投资的结果。目前,安哥拉的发电园区由66座发电站组成,其中63座为公共发电站,一座为公私合营发电站(Hidrochicapa SARL公司拥有奇卡帕水电站的特许经营权),两座为私营发电站。[2]
图2:公共发电站和独立发电商的发电电量变化
安哥拉拥有丰富的内生能源资源,石油和天然气储量巨大,而其河流和地形特点则意味着它是非洲大陆水电发电潜力最大的国家之一。同时,安哥拉的国土面积和地理位置也为该国提供了巨大的太阳能潜力。[3]安哥拉政府已经制定了一系列战略和行动计划,在继续投资安装大型水电站的同时,要实现能源生产组合的多样化,促进新的可再生能源的参与。[4] “安哥拉能源战略2025”的目标是,到2025年总装机容量达到9.9吉瓦,其中800兆瓦将来自新的可再生能源技术。[5]
光伏发电
安哥拉拥有巨大的太阳能资源潜力,整体水平面年平均辐照度介于1,355千瓦时/平方米/年和2,068千瓦时/平方米/年,且全年变化较小。[6]从图3中可以看出,安哥拉中部和南部省份的太阳辐照度最高。除了太阳辐照度高之外,安哥拉还拥有广阔的平原,为开发太阳能项目提供了理想的条件。据估计,全国太阳能发电的总体潜力为55吉瓦。
图3:安哥拉全国辐照度情况
太阳能是支持离网农村电气化的理想资源,通过微型电网、南南合作和街道照明,为最弱势人口提供电气化,实现可持续发展目标“确保人人享有负担得起、可靠、可持续的现代能源”。
安哥拉首批光伏电站在本格拉落成,该电站由一个包括葡萄牙MCA集团在内的财团开发。这些光伏电站位于本格拉省的Biópio和Baía Farta,装机容量为285兆瓦,是安哥拉政府在三年内为约60%的农村人口提供电力的目标的一部分。位于Catumbela市Biópio镇的光伏电站预计总装机容量为189兆瓦,足以为100多万居民供电,是安哥拉最大的光伏项目,由约50.9万块光伏电板组成。第二座光伏电站位于Baía Farta,装机容量为96兆瓦,它将向国家电网注入能源,惠及50万用户。这两个太阳能发电厂是本格拉、万博、比耶、隆达-诺尔特(卢卡帕)、隆达-苏尔(绍里莫)和莫希科(卢埃纳)七座系列太阳能发电厂的一部分,这七座光伏电站由葡萄牙MCA公司和北美Sun Africa公司组成的国际财团开发,将为总计约240万人提供可再生清洁电力,总装机容量为370兆瓦。
水力发电
水力发电在安哥拉历来占主导地位。自该国开始有发电活动以来,水力发电一直占据第一或第二位。2021年,安哥拉全国电站的总装机容量转化为14,239.35 GWh的总发电量,其中11,101.24 GWh来自水力发电,约占总发电量的78%。在国内水电站建设和扩建的推动下,水力发电量持续上升。水力发电也更加可靠,可用率高达97%,远高于火力发电站(63%)和混合电站(77%)的可用率。[7]
安哥拉是该地区水网覆盖面最广的国家之一,拥有47个主要河流流域,其中7个主要流域集中了全国大部分的水潜力(估计为86%)。年平均降雨量为1060毫米/年,主要集中在东北部的高原地区(1400毫米/年)。据估计,安哥拉水资源的总潜力为18.27吉瓦,相当于年均发电量72太瓦时。发电潜力最大的是宽扎盆地,但在已确定的理论总发电量中,只有5.6吉瓦正在利用或计划利用。
根据PRODEL提供的数据,安哥拉目前的水电站装机容量约为3.7吉瓦。大多数1990年以前建成的水电站大坝已经修复并实现现代化。劳卡水电站被认为是安哥拉有史以来最大的土木工程项目,也是非洲第二大水坝,它为稳定安哥拉的电力系统做出了重大贡献,大大减少了安哥拉的停电现象,并显著降低了发电过程中化石燃料的消耗,还负责为约800万居民供电。[8]该电站于2017年开始运行,装机容量为2.004 GW。
水电站 | 产权归属 | 省份 | 何时开始运营 | 装机容量(MW) | 目前状态 |
Cambambe C1 | 公共 | 北宽扎省 | 1963 | 260 | 运行中,并在2012年重修扩容 |
Cambambe C2 | 公共 | 北宽扎省 | 2017 | 700 | 运行中 |
Capanda | 公共 | 马兰热省 | 2005 | 520 | 运行中 |
Laúca | 公共 | 马兰热省 | 2017 | 2004 | 运行中 |
Luquixe | 公共 | 威热省 | 1968 | 9 | 运行中 |
Mabubas | 公共 | 本戈省 | 1954 | 25 | 运行中,并在2012年重修 |
Gove | 公共 | 万博省 | 2012 | 60 | 运行中 |
Lomaum | 公共 | 本格拉省 | 1954 | 50 | 运行中,并在2015年重修 |
Matala | 公共 | 威拉省 | 1954 | 27 | 运行中,並在2022年重修 |
Hidrochicapa | PPP | 南隆达省 | 2016 | 16 | 运行中 |
Dala | 公共 | 南隆达省 | 2017 | 12 | 运行中 |
装机容量小计(MW) | 3683 |
此外,还有五个水力发电项目处于建设阶段,其中最大的项目是位于马兰热省的Caculo Cabaça,装机容量为2.172吉瓦。
风力发电
安哥拉的风能潜力约为3.9吉瓦,但安哥拉并不被认为是风能潜力大的国家。在安哥拉的18个省份中,南宽扎省因拥有约300兆瓦的潜在项目脱颖而出,同时该省还明确了一个发电成本最低的项目——Quitobia风电项目(100兆瓦)。除南宽扎省外,北宽扎省和威拉省也有良好的条件可以发展风电场。
生物质发电
安哥拉拥有丰富多样的生物质资源,包括林业剩余物、农业食品工业的副产品和废物、农业和畜牧业剩余物、潜在的能源作物,以及可生物降解的工业废物和城市废物。[9]
在发展农业部门和实现经济多样化方面的大量投资可鼓励相关生物质项目的发展。全国已确定43个潜在的生物质能源生产项目,其中一些项目的装机容量可达170兆瓦,总装机容量为3.7吉瓦,其中3.3吉瓦将来自林业废弃物。
安哥拉最大的蔗糖生产商Biocom是安哥拉第一家利用生物质生产蔗糖、乙醇和电力并实现商业化的公司。自2014年以来,该公司利用马兰热省甘蔗产业的废弃物平均生产了约30兆瓦的电力,成为安哥拉唯一正在运营的生物质发电项目。生产的能源有三分之一用于为工厂供能,其余则输入电网。
毋庸置疑的是,安哥拉可再生能源这一市场的潜力是巨大的。如果能像其他非洲国家一样,制定由合作伙伴资助的并网和离网发电支持计划,安哥拉将成为非洲对可再生能源项目最具吸引力的国家之一。
[1] O sector eléctrico angolano tem vindo a restruturar e aumentar a sua capacidade de produção, sendo actualmente utilizadas três opções para a produção de electricidade: hídrica, térmica e novas renováveis. O crescimento da economia e da população do país, associado a um esforço de electrificação, investimentos na produção de energia e reforço das centrais existentes, traduziu-se num forte aumento da oferta e da procura por electricidade. Em 2021, a capacidade total instalada de produção eléctrica era de 5.880,19 MW, sendo 3.676,12 MW de produção hídrica, 2.169,07 MW de produção térmica e 35,00 MW de produção híbrida (solar+diesel). Na Figura 13 constata-se este reforço da capacidade, com um crescimento acentuado a partir de 2015, tendo crescido em todas as fontes de produção, com maior incidência na produção hídrica.
A capacidade de ponta máxima tem-se mantido estável, sendo em 2021, de 2.213,17 MW. O potencial hídrico de Angola é um dos mais importantes em África. Actualmente é apenas explorada uma pequena parte do potencial destes recursos, mas a estratégia do Governo Angolano passa por uma forte aposta na energia hídrica como fonte estável de produção de electricidade (República de Angola et al., 2016).
[2] Este aumento da capacidade decorre essencialmente de investimento público, verificando-se inclusive uma redução da capacidade instalada por produtores independentes (Figura 15). Actualmente, o parque electroprodutor angolano é composto por 66 centrais, das quais 63 são públicas, uma parceria público-privada (a Hidrochicapa SARL tem a concessão da exploração do Aproveitamento Hidroeléctrico de Chicapa) e duas privadas.
[3] Angola é um país com vastos recursos energéticos endógenos, dispondo de importantes reservas de petróleo e gás, enquanto as características dos seus rios e o seu relevo fazem com que tenha um dos maiores potenciais de produção hídrica do Continente Africano. Ao mesmo tempo, a extensão do seu território e localiza-ção geográfica dotam o país de um extraordinário potencial solar.
[4] Do ponto de vista do sector energético, o Governo Angolano tem definido um conjunto de estratégias e planos de acção que visam diversificar o mix de geração de energia, promovendo a participação das novas fontes de energia renovável, sem deixar de apostar na instalação de grandes centrais hidroeléctricas.
[5] O objectivo da estratégia “Angola Energia 2025” é atingir uma capacidade total instalada de 9,9 GW até 2025, dos quais 800 MW seriam provenientes de novas tecnologias de energias renováveis.
[6] Angola tem um elevado potencial de recurso solar, com uma média anual de irradiação global em plano horizontal compreendida entre 1.355 e os 2.068 kWh/m2/ano e com uma baixa variação da disponibilidade do recurso ao longo do ano.
[7] Esta capacidade instalada traduziu-se, em 2021, numa produção de energia eléctrica total de 14.239,35 GWh, sendo 11.101,24 GWh produzidos por fonte hidroeléctrica, cerca de 78% do total. A produção hídrica tem vindo a subir de forma consistente alavancada pela construção e reforço de aproveitamentos hidroeléctricos no país. A produção hídrica é também mais fiável, com uma taxa de disponibilidade de 97%, bastante acima da taxa de disponibilidade das termoeléctricas (63%) e das fontes híbridas (77%).
[8] O Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca é considerado a maior obra de engenharia civil de sempre em Angola e a segunda maior barragem em África, contribui significativamente para a estabilidade do sistema eléctrico do país, tendo proporcionado uma drástica redução dos apagões em Angola e a diminuição significativa do consumo de combustíveis fósseis na geração de energia, sendo também responsável pelo abastecimento de aproximadamente oito milhões de habitantes.
[9] Angola é dotada de grandes e variados recursos de biomassa, incluindo resíduos florestais, subprodutos e resíduos da indústria agro-alimentar, resíduos agrícolas e pecuários, potencial de culturas energéticas, bem como resíduos industriais biodegradáveis e resíduos urbanos.