O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, pediu a Pequim uma moratória de pelo menos dois anos no pagamento da dívida à China. De visita oficial ao país asiático até sábado, o Chefe de Estado angolano solicitou ainda a concessão de novas linhas de crédito ou o alargamento dos mecanismos já existentes.
De acordo com a agência angolana de notícias Angop, o apelo de José Eduardo dos Santos foi feito na quarta-feira, na capital chinesa, durante um discurso proferido na abertura das conversações oficiais com o homólogo chinês, Xi Jinping.
Angola, explicou o seu Presidente, está a enfrentar um problema grave, pelo facto da sua economia depender essencialmente das exportações de petróleo bruto, que representam cerca de 90 por cento do total das exportações angolanas.
“A queda significativa do preço do petróleo bruto e a consequente redução acentuada das receitas do Estado obrigou-nos a rever em baixa o nosso Orçamento Geral […] e a fazer contenção de despesas, diminuindo a nossa capacidade de reabilitar infra-estruturas económicas e sociais e de promover investimentos públicos e privados”, afirmou José Eduardo dos Santos.
O Presidente angolano acrescentou que, neste contexto, Luanda pretende renegociar os actuais termos da dívida com Pequim, solicitando uma moratória de pelo menos dois anos no pagamento.
O Chefe de Estado manifestou também a intenção de negociar os termos relativos às linhas de crédito oferecidas a Angola pela China, que têm sido uma das principais fontes de financiamento de iniciativas nos sectores público e privado angolanos.