As relações entre Portugal e a China remontam ao início do século XVI‚ quando navegadores portugueses aportaram em Tamão (1513). Em 1554‚ as relações comerciais são juridicamente estabelecidas entre Leonel de Sousa e o governo de Cantão. Em 1557‚ o acordo estende-se a Macau‚ onde os portugueses passam a deter um entreposto comercial permanente.
Em Janeiro de 1975 Portugal reconheceu o governo da República Popular da China e em 1979 acertaram-se as bases para o estabelecimento das relações diplomáticas. Em 1980 assina-se em Pequim um Acordo comercial e dois anos depois um Acordo de Cooperação Cultural‚ Científica e Técnica e um Acordo de Cooperação Económica‚ Industrial e Técnica.
Em 1992 foi assinado um Acordo sobre a Promoção e Protecção Recíproca de Investimentos e‚ em 1998‚ a Convenção entre Portugal e a China para evitar a dupla tributação e prevenir a evasão fiscal em matéria de impostos sobre o rendimento. A transferência de Macau para a China foi concluída em 1999.
Em 2005‚ os dois países estabeleceram uma parceria estratégica global. Desde 2011‚ Portugal tornou-se num dos principais destinos de investimento chinês na União Europeia‚ nomeadamente nos domínios da energia (EDP - Energias de Portugal e Redes Energéticas Nacionais - REN)‚ sector financeiro (Millennium BCP‚ BESI‚ Banif)‚ segurador (Fidelidade) e de saúde (Luz Saúde). Os media também constam nas apostas da China em Portugal (Global Media)‚ assim como o sector agrícola e criação de gado bovino (Monte Pastor). Portugal pretende agora evoluir no seu relacionamento económico com a China‚ passar a uma nova fase e atrair investimento produtivo chinês.
Portugal e a China são países parceiros e são países amigos‚ uma vez que gozam hoje de um bom relacionamento político e institucional‚ um relacionamento económico relativamente intenso (apesar de haver ainda uma larga margem de progressão) e parcerias que vão desde o ensino de português em universidades chinesas até ao Fórum Macau‚ que é uma ponte entre a China e os países de língua portuguesa.
No domínio do comércio as trocas comerciais bilaterais‚ em 2022, registaram um aumento de 2,4% em termos anuais para 9,014 milhões de dólares. A China adquiriu a Portugal mercadorias no valor de 3,036 milhões de dólares e vendeu bens que totalizaram 5,978 milhões de dólares.
Também no domínio da cultura existe espaço de crescimento‚ uma vez que é fundamental que os seus agentes económicos estabeleçam relacionamentos económicos-comerciais de longo prazo.
Portugal e a China assinaram um plano de acção centrado na colaboração na investigação e em projectos comerciais relacionados com a economia do mar. Nesse sentido‚ perspectiva-se a possibilidade de investimentos e parcerias‚ não só nos portos e demais infra-estruturas portuárias de Portugal‚ como também nas áreas da biotecnologia azul‚ aquacultura e indústria naval.
Em 2020‚ a China Communications Construction Company (CCCC) chegou a acordo com a Mota-Engil‚ maior construtora portuguesa‚ para a entrada no seu capital social‚ no âmbito de uma parceria global.
A Fundação Champalimaud‚ de Portugal‚ estabeleceu em 2020 uma parceria com a Primeira Universidade Médica de Shandong‚ na China‚ para a pesquisa e tratamento do cancro. O acordo prevê atenção inicial na imunoterapia e prevê a criação de um Instituto de Imunotecnologia na China‚ um investimento que deve chegar a 100 milhões de dólares‚ com apoio técnico e científico da fundação portuguesa.
A empresa portuguesa Tekever e a Academia Chinesa das Ciências celebraram um protocolo com vista a “alargar a cooperação com outras entidades internacionais em áreas como a visão 4D‚ a exploração do espaço profundo‚ desenvolvimento de plataformas de satélites ou de tecnologias de monitorização e proteção dos oceanos”.
O imobiliário também tem atraído muitos investidores chineses. O programa de concessão de autorizações de residência a investidores no país (ARI ou Golden Visa) captou mais de 7,200 milhões de Euros em dez anos de programa, tendo sido concedidas 5,374 autorizações a cidadãos da China (Outubro de 2012 a Julho de 2023).