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China e Timor-Leste elevam laços bilaterais para parceria estratégica abrangente
Tempo de liberação:2023-10-20
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O Presidente chinês, Xi Jinping, e o Primeiro-Ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, anunciaram conjuntamente, a 23 de Setembro, a elevação das relações bilaterais a uma parceria estratégica abrangente. 


Xi e Xanana encontraram-se em Hangzhou, capital da província de Zhejiang, no leste da China, antes da abertura dos 19.º Jogos Asiáticos.


A elevação dos laços bilaterais é uma necessidade prática para os dois países avançarem na cooperação, além de uma expectativa compartilhada pelos dois povos, disse Xi. 


A China está disposta a dar as mãos a Timor-Leste na jornada de modernização para trazer mais benefícios aos dois povos, acrescentou, citado pela agência Xinhua.


O Presidente Xi Jinping destacou que os dois países são defensores de interesses centrais e as principais preocupações de ambos constituem uma base política importante para a melhoria contínua das relações bilaterais. 


As duas partes devem continuar a promover a cooperação no âmbito da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e aumentar os esforços de cooperação na revitalização da indústria, desenvolvimento de infra- estruturas, auto-suficiência alimentar e melhoria dos meios de subsistência, disse Xi, acrescentando que a China apoia Timor-Leste numa melhor integração no desenvolvimento regional. 


O Primeiro-Ministro de Timor-Leste disse estar satisfeito por as relações bilaterais terem alcançado continuamente resultados positivos nos últimos anos, e acrescentou que o povo de Timor-Leste recordará sempre a oportuna ajuda do Governo chinês durante a luta das autoridades timorenses contra a COVID-19. 


Xanana Gusmão disse que são bem-vindas as empresas chinesas que queiram investir em Timor-Leste e ajudar o desenvolvimento do país, salientando esperar trabalhar com a China para o reforço dos laços bilaterais nesta nova fase desta parceria estratégica abrangente. 


As duas partes emitiram uma declaração conjunta sobre o estabelecimento da parceria estratégica global, na qual Timor-Leste reitera a firme adesão ao princípio de ‘Uma Só China’, reconhecendo só existir uma China e o governo da República Popular da China como o único governo legítimo que representa toda a China, e Taiwan como uma parte inalienável do território chinês.


Timor-Leste opõe-se a qualquer forma de “independência de Taiwan”, e assegura que não estabelecerá qualquer forma de relacionamento oficial nem conduzirá qualquer forma de contacto oficial com Taiwan, ao mesmo tempo que apoia os esforços do governo chinês para concretizar a reunificação nacional, de acordo com o mesmo comunicado.


As duas nações concordaram igualmente em fazer pleno uso de mecanismos, como o Comité Misto Económico e Comercial China-Timor-Leste, para aumentar o comércio bilateral e o volume de investimento. 


Timor-Leste expressou o seu apreço ao Governo Chinês por conceder tratamento de tarifa zero a 98% das linhas tarifárias das exportações de Timor-Leste para a China e as duas nações concordaram em acelerar os esforços para estabelecer um acordo de cooperação pesqueira com toda uma cadeia industrial, incluindo pesca, agricultura e indústria transformadora. 


Com vista a apoiar a revitalização da indústria do café de Timor-Leste, a China assegurou que vai continuar a prestar ajuda na formação tecnológica na cultura do café e a apoiar Timor-Leste na exportação de café para a China. 


As duas nações concordaram também em reforçar as trocas de informação sobre o sector energético e explorar a possibilidade de cooperação na exploração e desenvolvimento de petróleo e gás natural. 


Os dois países vão reforçar a cooperação na construção em conectividade e no desenvolvimento de infra-estruturas. 


A China manifestou igualmente a sua vontade de encorajar as suas empresas a participar activamente no desenvolvimento de infra-estruturas, incluindo estradas, pontes e portos. 


O comunicado conjunto refere que as duas nações concordaram em acelerar os esforços para estabelecer um Acordo bilateral de Serviços Aéreos e explorar a realização futura de voos regulares.


No que toca à auto-suficiência alimentar, as duas nações vão concretizar projectos agrícolas, tais como cooperação na produção de arroz híbrido, celeiros e processamento de alimentos, cooperação técnica em mecanismos integrais de milho e uma segunda fase da presente cooperação em tecnologia agrícola, e garantir a construção eficiente de uma zona de desenvolvimento agrícola de alta tecnologia para ajudar Timor-Leste a alcançar a auto-suficiência alimentar e a modernização da agricultura. 


As duas nações concordaram também em acelerar os esforços para estabelecer um acordo de cooperação agrícola e um grupo de trabalho conjunto, promover a partilha de experiências na redução da pobreza e na revitalização rural. 


O governo chinês garantiu que vai continuar a enviar equipas médicas para Timor-Leste, prestando serviços médicos ao povo timorense e assegurar a implementação de projectos, incluindo o Centro Nacional de Imagiologia de Timor-Leste, fase dois do Projecto TV e o Hospital da Amizade China-Timor-Leste. 


Timor-Leste agradeceu à China por se oferecer para acolher mais estudantes timorenses e fornecer mais bolsas de estudo, através de vários canais. 


As duas nações concordaram ainda em melhorar os intercâmbios militares de alto nível, reforçar a cooperação em áreas como a formação de pessoal, tecnologia de equipamentos, realização de exercícios conjuntos e formação. 


Por seu lado, o governo de Timor-Leste elogiou o navio Hospital “Arca da Paz” da Marinha Chinesa que realizou a “Missão Harmonia-2023” em Timor-Leste, de 3 a 10 de Setembro, prestando serviço médico humanitário ao povo timorense local. 


As duas partes destacaram o importante papel do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau) na promoção da cooperação e dos laços económicos mutuamente benéficos, destacando que vão implementar em pleno as conquistas do Fórum e reforçar a cooperação no seu âmbito. 


No documento, as duas nações encorajam ainda a Região Administrativa Especial de Macau e Díli a iniciar rapidamente um processo de geminação entre as duas cidades.  


Os dois países concordaram que as alterações climáticas são um desafio comum e exigem uma resposta internacional, prevendo reforçar a cooperação pragmática para melhorar a capacidade de resposta a este desafio.